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domingo, 1 de julho de 2012

Alma gêmea,minha alma...



Já tinham me dito uma vez que algumas coisas só conseguem entrar nas nossas vidas na hora certa. Se ainda não é a hora, provavelmente não terá sentido ou importância e é assim que muitas coisas que são incríveis para algumas pessoas não tem sentido nenhum para outras.
Recebi das mãos de uma grande amiga um livro há uns 3 anos atrás, cujo conteúdo, ela dizia, era impressionante e tinha feito muito sentido para sua vida. Fiquei com aquele livro na minha cabeceira por meses, começava a lê-lo e adormecia, insistia em folhear as páginas e alguma coisa me desviava a atenção, tentei até ler capítulos soltos, mas faziam menos sentido ainda, então o guardei.
Tirei o livro da minha vista e segui minha vida sem ele. Muitas coisas aconteceram neste período, mudança de rotina, de casa, pessoas que entraram e saíram da minha história, sentimentos nobres e alguns bem desagradáveis invadindo minha vida e o livro guardado na gaveta.
No mês passado conclui a leitura de um livro que estava no meu criado-mudo há quase um ano e pensei: E agora? O que vou ler?
Tenho livros novinhos, lacrados na minha estante que nunca consegui abrir, mas naquele dia nem me lembrei deles. Pensei logo no livro guardado há 3 anos e que havia sido considerado impossível de ler.
Peguei o livro, li sua crítica, observei os detalhes da capa e comecei a lê-lo. Era uma leitura fácil, gostosa, que fluía sem pressão. Não podia acreditar que antes não havia conseguido passar nem do primeiro capítulo. Um livro que hoje me fazia tanto sentido. Devorei cada página e em menos de uma semana a leitura havia sido concluída. Sincronizado com o ponto final, meu olhar havia se ampliado tanto quanto as letras que cristalizavam as ideias do autor e meus pensamentos nas noites insones.
Não era um livro de ficção científica, tão pouco falava sobre teoria ou dava lições de moral. Alguns o rotulariam como um livro de autoajuda, mas para mim caiu mais como um livro de autoconhecimento. Era um livro simples, curto e o que mais me interessou é que não contava um conto de fadas, mas uma história real. Sim, era um livro real.
Era um livro que falava sobre pessoas, sobre amor, sobre o amor real e sobre o encontro de almas gêmeas. Aliás, descrevia principalmente o significado destes encontros em nossas vidas. E quanto mais o lia, menos me sentia sozinha. E a cada página virada uma nova perspectiva se formava. A cada palavra lida uma pessoa insistia em fixar-se em meu pensamento... Mas que coisa! Três anos engavetado e agora me trazendo tanta transformação, tanta descoberta, tanto sentido.
Descobri durante o vai e vem das palavras que estava totalmente enganada sobre meu conceito de alma gêmea, diria até que havia me enganado sobre meu conceito de amor. Ainda tinha a visão infantil e ingênua do amor ideal, de contos de fadas que se cristalizaria no altar ao lado da pessoa amada, da alma gêmea.
E confesso que busquei isso por muito tempo, me sentindo sozinha por tantas vezes, desacreditando do amor e das pessoas em tantas ocasiões e pedindo ao destino um encontro inesperado, um esbarrão na saída do prédio, um olhar longo que me fizesse perder o fôlego e ter a certeza de ter encontrado minha alma gêmea. E como isso não acontecia fui me entregando a solidão, perdendo a crença no amor e desacreditando do encontro das almas.
Mas depois que li esse livro entendi que o amor está acima do encontro entre duas pessoas, vai além do encontro físico, ele é a essência de tudo o que se constrói, de tudo o que se vive e para recebê-lo é preciso estar pronto, é preciso doar-se.
Mas a lição mais importante que encontrei foi a de que o amor é eterno e estará sempre presente no encontro de almas gêmeas (e até em seus desencontros). Descobri que existe mais de uma alma gêmea em cada existência, por vezes duas ou até quatro e que estão ao nosso redor no abraço de mãe, no colo de um amigo, na confiança de um irmão. Não é preciso encontrar o homem da sua vida para ter um encontro com sua alma gêmea. Até por que pode ser que tenham escolhido não se encontrar nesta existência, ou tenham escolhido casar-se com uma alma afim para poder desenvolver qualidades que ainda não possui.
Descobri que sou uma pessoa privilegiada e que já encontrei, nesta curta existência, pelo menos duas almas gêmeas. Não, não vou me casar com nenhuma delas, mas isso não me preocupa, nem entristece, pelo contrário, me alegra, pois sei que nosso laço é eterno! Depois que compreendi a essência do encontro de almas gêmeas, descobri que não tenho o direito de me sentir sozinha, porque já tive o prazer de encontrar almas gêmeas, almas amigas e ainda tenho muito tempo para concretizar novos reencontros.
Creio que meu maior presente durante esta leitura foi o encontro com minha alma. Nela pude descobrir meu medo de amar, minha busca pelo amor surreal e consegui, depois de muitas páginas, colocar as afinidades acima das promessas, o amor real sobre as ilusões, identificando assim minhas almas gêmeas.
O livro que me trouxe esta reflexão foi: Só o amor é real, de Brian Weiss. É um livro lindo. Eu recomendo e desejo que ao lê-lo, encontre o amor em cada página e no amor possa encontrar-se com suas verdadeiras almas gêmeas...

“Para cada um de nós, existe uma pessoa especial. Muitas vezes, existem duas, três ou mesmo quatro. Todas vêm de gerações diferentes. Atravessam oceanos de tempo para estarem conosco novamente. Podem parecer diferentes, mas nosso coração as reconhece.
O reconhecimento da alma pode ser sutil e lento. O toque que nos desperta pode ser de um filho, de um pai, de uma mãe, de um irmão ou de um amigo leal. Ou pode ser da pessoa amada, que atravessa séculos para nos beijar mais uma vez”.   Brian Weiss

Foto de: Murilo Mendes.

2 comentários:

Taline Libanio disse...

Texto publicado no Jornal Democrata de São José do Rio Pardo/SP, no dia 30/06/12.

Foto de: Murilo Mendes.

Trecho do livro: Só o Amor é real, de Brian Weiss.

Aguardo comentários!!

Isabel disse...

sei lá... acho que ainda estou no prezino...
lindo texto, me faz pensar.