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domingo, 24 de junho de 2012

A conquista nossa de cada dia...



“Para conquistarmos algo na vida não é necessário, apenas força ou talento, é preciso, acima de tudo, ter vivido um grande amor”.
Arnaldo Jabor

Dia dos namorados. Data especialíssima para os comerciantes que adoram expor suas promoções e ganhar dinheiro até falar chega. Data inesquecível para o primeiro beijo, o pedido de casamento ou a chegada ao altar. Dia perfeito para receber flores, passear de mãos dadas e observar a lua.
Isso tudo é claro para os casais que já estão apaixonados e já se encontraram. No meu caso, até poderia me enquadrar na parte dos apaixonados, pois vivo embasbacada por ai, até por quem não devo, mas ainda não encontrei alguém para fazer par comigo no “modo” casal, então o dia dos namorados, neste ano teve um outro significado.
Confesso que cheguei a esquecer por algumas horas que era dia dos namorados. Mas bastou sair para ver faixas de promoções enfatizando a data, carros de som, casais se despedindo mais demoradamente, conversas no ônibus sobre o quanto se gastou com o presente do namorado enfim...
Aliás, queria abrir um parêntese sobre o quesito presente do dia dos namorados. Confesso que cansei, cansei mesmo de ouvir mulheres e homens reclamando do quanto tinham gastado no presente do companheiro, parecia que estavam pagando a conta de água do vizinho de tanta indignação, então eu pergunto: Se não é de coração, se não fez bem, se vai te deixar amargurado e com raiva do vendedor, da fatura do cartão de crédito e até do namorado que pode retribuir com algo bem mais barato, por que comprar? Hein?
Ah sim, claro...Como pude esquecer do fato de que o que importa mesmo na sociedade de hoje é o ter e não o ser. Desculpe a pergunta, foi força do hábito.
Enfim... A verdade é que as coisas de maior importância, de maior valor, não custam nada, mas algumas pessoas custam a entender isso, não me conformo!  Já desejei presentes maravilhosos de dia dos namorados e ganhei muitos incríveis que nunca custaram mais do que dez reais... Um cartão, uma declaração, uma flor roubada no jardim, um sorriso, uma visita surpresa, um jantar em casa, um bilhetinho escondido, coisas simples... Compreende?
Mas voltando ao dia dos namorados, além da algazarra do comércio tenho que admitir que a data provocou um verdadeiro clima de paixão por onde eu andava. Não sei se o foco do meu olhar já era esse, mas contei pelo menos 15 casais apaixonados no trajeto da academia até em casa. Sem contar os 5 vasos e os 3 buquês de rosas vermelhas que observei serem vendidos em um stand no shopping enquanto me exercitava.
Encontrei com casais de todos os sexos, tipos e gostos. Mas o casal que mais me chamou a atenção, não andava de mãos dadas, nem tão pouco trazia presentes nas mãos. Era um casal jovem que caminhava devagar, enquanto riam e conversavam. Às vezes ela arrumava o cabelo e batia de leve nas costas dele e ele retribuía o afeto com um sorriso largo. Era um casal que estava em formação, eram quase namorados, poderiam vir a ser nesta noite ou quem sabe nunca serão, caso não tenham coragem de se declarar, mas para mim estava claro: o amor estava no ar.
Gostei de observar aquela cena, me trouxe lembranças boas. Lembrei-me de tempos em que era mais ingênua, mais crente de certas coisas, mais sonhadora, quiçá um pouco mais feliz. Muita coisa mudou de lá para cá, muitos sentimentos novos se instalaram, muitos deles nada agradáveis, mas diria com toda a certeza, que nenhuma decepção foi capaz de apagar a lembrança das conquistas que vivi.
O melhor do dia dos namorados, a melhor parte de todo namoro, o que faz dele importante e essencial é a conquista. Por isso que os primeiros meses de namoro são os melhores e é por isso que os casais não deveriam nunca se esquecer de que a arte da conquista deveria ser diária (e eterna).
Afinal estamos em constante mudança, nós, o mundo, nossos sentimentos, nossas crenças, não é errado dizer que a cada dia somos uma nova mulher, um novo homem e talvez para aquela pessoa que acordou no dia 5 seja preciso uma conquista diferente daquela que foi dormir no dia 13 ou 20, entende?
Creio que isso nada mais é do que aceitar a diferença e aprender a respeitá-la, conviver dia-a-dia com o que se tem de melhor e pior... E para suportar alguns dias difíceis e repletos de mau humor, sei que só o amor não é suficiente, então... Dá-lhe conquista!

Foto de: Murilo Mendes.

2 comentários:

Taline Libanio disse...

Texto publicado no Jornal Democrata de São José do Rio Pardo/SP, no dia 23/06/12.

Foto de Murilo Mendes.

Aguardo comentários!

Luis F disse...

Parabéns pelo texto! Mais uma vez, muito bom! Gostei da parte que vc citou o "ter" ao invés de "ser"... Bem colocado! Beijos!