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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Solidão? Que nada...

Tenho passado por mais um período de mudança nas últimas semanas. A mudança que seria apenas de apartamento, bem ali, logo no andar de cima, veio acompanhada de um turbilhão de incertezas, dúvidas e desilusões.
Minha fase astral de insegurança e rompimento de expectativas insistiu em juntar-se a bagunça das caixas de papelão e me convidou a refletir sobre o que espero do futuro, e diria mais, a quem ou a que devo direcionar meus planos futuros.
Foram algumas horas de conversa e muitos planos desfeitos. O castelo que dessa vez parecia de pedra, espedaçou-se em areia fina, bem na frente dos meus olhos. O coração na boca, um turbilhão de emoções e mais uma vez, ela ali, a desilusão, me esperando de braços abertos.
Dias antes tinha escutado algo que parecia não fazer muito sentido, mas que na ocasião serviu como uma luva. Alguém me disse que as desilusões são boas, já que quando se está desiludido é sinal de que deixou de estar iludido. Significaria, pois, o abandono de uma ilusão e o olhar direcionado para algo, enfim real.
Pensando assim, realmente é melhor estar desiludido do que iludido. Mas por outro lado me questiono: o que é real hoje em dia? Será que podemos viver emoções e sentimentos reais? A palavra que antes era questão de honra e valia muito mais do que todo o ouro do mundo, caiu no desuso, fala-se uma coisa hoje e amanhã já se contraria o dito.
Abraçam-se planos e sonhos em uma semana e na seguinte os planos e sonhos já não incluem nada além de interesses pessoais. Como saber então se o real é ilusão ou se a ilusão um dia pode tornar-se real, a menos que nos vejamos desiludidos?
Cansei de fazer planos e refazer caminhos, de incluir pessoas e necessidades nos meus sonhos. E hoje questiono se ainda é permitido sonhar.
Perguntei a algumas pessoas nesta semana se elas sobreviveriam sozinhas e algumas me disseram que sim, que já são sozinhas e assim pretendem ficar.
Ao serem questionadas como estariam daqui a dez anos, não souberam responder, ou não quiseram... Confesso que também não sei dizer como estarei daqui a dez anos, mas saberia dizer com certeza como gostaria de estar, mas não disse. Preferi me calar e conter minha ilusão, já que a realidade, aquela nua e crua tem se mostrado cada vez mais palpável, me fazendo acreditar que o amanhã, realmente não existe.
Então, para que planos e sonhos?! Viver o hoje e nada mais. Esquecer o futuro, viver o presente, mas e o passado?
Insistentemente o ranço do passado invade o presente com toda sua vasta experiência e causa medo de que velhas histórias se repitam com novas pessoas. Os erros do passado e suas incertezas passam a pautar não só o presente, mas também o futuro, e é isso que até hoje não consigo entender.
Viver o presente é a vontade de todos nós... Só por hoje. Mas é possível viver o hoje sem encarar o passado e temer o futuro? E diria mais: é possível viver o hoje e planejar o amanhã, sem condicioná-lo ao passado?
O medo do futuro redesenhar o passado, de termos mais dor do que amor, mais ônus do que bônus, mais guerra do que paz, faz por vezes com que deixemos o hoje passar. O presente acaba então, por desenhar-se cinza, sem cor, sem emoção, tão solitário quanto um cantor de bolero...



“Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão.
Camélia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado...”



Música: Dança da solidão - Marisa Monte( Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Xzxgjhi2eNU )

2 comentários:

Marcos Piardi disse...

Minha querida......
Tem um livro do Roberto Freire que achei ótimo: "Ame e dê Vexame".
Quem sabe não tira algumas dúvidas suas..... ou te enche de outras. Rsrsrs
Beijão e parabéns pelo artigo.

Isabel disse...

Viemos neste mundo para colher dores e flores...então, faça como o nosso poetinha querido... posto que é chama... que seja eterno enquanto dure !!! É isso aí... pegue leve com a vida e seja feliz!!! bjs.