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domingo, 1 de maio de 2011

A viagem sem fim...



Sei que vai parecer mentira, mas novamente me vejo obrigada a dizer: Se contar ninguém acredita! Desta vez a afirmação é reflexo de uma viagem de feriado que se tornou muito mais prolongada do que os próprios dias de folga.
Uma verdadeira viagem sem fim. Lembra-se daquele filme? A História sem fim? Pois é... Quando era menina, nunca consegui ver o final daquele filme, aquele cachorrão enorme que voava me dava sono, dormia bem antes do final e para mim realmente parecia que não tinha fim o tal filme. Esta viagem foi parecida, até agora não acredito que teve um final.
Tudo começou na quarta-feira às 17:00 horas quando cheguei na rodoviária e soube que ou embarcava no ônibus que sairia dali trinta minutos ou teria que esperar até as 20h, já que os horários intermediários estavam todos lotados. Na preocupação de deixar uma turma me esperando, não pensei duas vezes e lá estava às 19:00 horas de uma quarta-feira véspera de feriado desembarcando na rodoviária de Campinas.
Um mar. Um mar de gente, um formigueiro humano, um verdadeiro caos. Era assim que a rodoviária poderia ser facilmente definida. Tanta gente que mal se via o chão. As filas nos guichês davam voltas e voltas e mais voltas. Todas as cadeiras e mesas tomadas por gente, gente de todo tipo que andava de cá e de lá com um monte de malas, sacolas, travesseiros, pranchas de surf e cadeiras de praia.
No meio daquele tumulto tentava me acalmar pensando que em pouco mais de duas horas minha mãe estaria chegando para me resgatar. Mas com o passar do tempo comecei a ver que alguma coisa estava errada. A confirmação do atraso veio por telefone e me fez acreditar que definitivamente teria que me acomodar ali pelo menos por mais quatro ou cinco horas.
Fiquei quarenta minutos numa fila para conseguir um sanduíche frio e um refrigerante quente, outros quinze para conseguir usar o banheiro e mais vinte no caixa eletrônico. Por fim, decidi sentar no único local que ainda tinha espaço (o chão) enquanto o tempo insistia em não passar.
Tempo vai, tempo vem, palavra cruzada, sudoku, revista, chocolate, livro, música e por fim um sono tão pesado que insistia para se instalar profundamente. Meu corpo já não aguentava mais ficar sentado no chão duro e pedia suplicante para deitar. E foi o que fiz, deitei no chão da rodoviária, seguindo outras dezenas de pessoas que já tinham feito o mesmo, usando a mala de travesseiro enquanto observava um rapaz se aproximar:
- Moça, levanta.
- Oi?
- Aqui não pode ficar.
- Não posso ficar no chão? Mas não tem mais cadeira livre.
- No chão só pode andar e sentar, deitar não. Ou senta ou sai.
Sentei. E pensei: mas será possível que até na forma com que fazemos uso do chão vão colocar regras? Lembrei-me da aula de parcelamento do solo da Pós- graduação e no quanto aquilo fazia sentido agora.
Olhei no relógio e já passava da zero hora. Meia-noite, feriado, novo dia e eu ali, ainda. A única coisa que me consolava é que logo teria um lugar quente para deitar e que quando acordasse estaria na praia!
Em pouco mais de meia-hora avistei um ônibus se aproximar e finalmente fui resgatada, pela minha família e mais um monte de amigos que a partir de então também começaram a fazer parte desta viagem sem fim.
O trânsito estava caótico, parecia que todos tinham tido a mesma ideia, ao mesmo tempo e no mesmo espaço. Carros, mais carros e muita estrada pela frente. Tentei dormir, mas o cansaço era tanto que não conseguia relaxar. Aproveitei para colocar a fofoca em dia com minha mãe e para olhar o céu, negro, sem nuvens, e cheio, cheinho de estrelas anunciando que teríamos uma manhã ensolarada.
Pelo menos nisso não errei. Chegamos à colônia de férias quase às cinco da manhã e duas horas depois já havia desistido de deitar e estava me carregando de protetor solar, rumo à areia fina e ao mar gelado, afinal, dormir para quê?!
Os dias que se seguiram, foram maravilhosos. Tudo correu bem. Muito sol, boa companhia, família reunida, amigos e tudo mais que um merecido descanso pode nos proporcionar. Já a viagem continuou sem fim, pois nem podíamos imaginar o que o retorno nos reservava, mas isso é assunto para outro capítulo, quem sabe na próxima semana!
Até lá... Dias de descanso, paz, sol e muito sono para todos nós! É o que desejo!

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