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sábado, 3 de outubro de 2009

Força estranha...

Creio que você já possa tê-la sentido, ou quem sabe já se encontraram frente a frente, numa luta cotidiana para combatê-la. Não existe definição real ou única para ela, diria apenas que se trata de uma força estranha.
Força essa que costuma tornar-se ainda mais intensa nos momentos de decisão. São nos momentos do tudo ou nada, nas oportunidades que você tem de respirar ou sufocar-se por completo, nos momentos de eliminar as preocupações ou triplicá-las é que ela aparece.
Uma sensação que começa no dedo do pé e vai passando por todo seu corpo, chega ao estômago causando um mal estar atípico, acelera o coração, intensifica a respiração e quando chega à sua mente, pronto, é fatal, você vai precipitar-se e aproveitar o empurrãozinho da força estranha para entrar em alguma enrascada.
Nestes momentos você tem sempre duas possibilidades: ficar calada e deixar as coisas como estão – o que geralmente significa manter seu ritmo e não se descabelar; ou abrir tanto os braços quanto a boca e abraçar o mundo, contudo, sem perceber que não conseguiu apertá-lo, você segue com a sensação estranha, provocada pela força estranha, de que alguma coisa está estranha e provavelmente dará errado.
O mais interessante na força estranha é que ela independe da vontade de outras pessoas, é algo que está totalmente sob seu controle, contudo é fortemente influenciada por pedidos, olhares, palavras e sugestões alheias, que podem te causar temor, te alegrar, te preocupar ou na maioria das vezes te desafiar.
A força estranha muitas vezes consegue personificar-se, geralmente aparece no ponto de ônibus te pedindo atendimento depois do expediente, ou em reuniões solicitando sua presença e seu trabalho em atividades longas e maçantes.
Nessas situações geralmente você não consegue livrar-se da força estranha. É como se tivesse um imã te arrastando para abraçar as maiores dores de cabeça e preocupações.
Muitas vezes parece que um instante de euforia é suficiente para você esquecer tudo o que precisa manter na sua agenda e insistir em adicionar outros compromissos que invadem seu sábado, domingo e madrugadas de sono.
A força estranha me move. Algumas vezes de forma positiva, pois me faz dinamizar o dia, me mexer, sair da rotina e buscar coisas novas, contudo, na maioria das vezes essa sensação boa de recomeçar, dura pouco, e é superada por muita preocupação, fadiga e estresse.
Diria que assim como o amor, o ódio, a alegria e a tristeza, a força estranha deve ser entendida como uma sensação, uma emoção, e ser utilizada com moderação, pois nada em excesso é bom, o que dirá essa força que com uma imensa e estranha dominação te faz entrar num mundo misterioso, onde você sabe como entrou, mas nunca sabe como e quando vai sair, podendo retornar sentindo-se um fracassado ou um grande vitorioso.
Resumindo diria que a força estranha é um embate diário com sua vontade de dizer: NÃO. Olhar para as pessoas e dizer: agora não posso; esse ano não vou fazer; amanhã não quero; para ontem não dá; para o final da semana não será possível...num exercício difícil e desgastante que quando deixa de ser colocado em prática, te provoca inchaço, te deixa carregado da força estranha e bem distante da sua liberdade de expressão.
E viva a dificuldade de dizer não!

6 comentários:

Taline Libanio disse...

Em homenagem as queridas amigas Willi e Aline, e em especial ao querido amigo Trinca, que tanto quanto eu convivem diariamente com a Força estranha...

Com carinho...

Anônimo disse...

Saudações my dear, fazia tempo q não comentavaa nas crônicas.

Tá....força estranha logo já me lembra, aquela "Força estranha", música interpretada lindamente pela Gal Costa.
Essa vontade de dizer não, e não conseguir..penso q seja um impulso humano natural, até porque se fosse fácil a gente iria azedar mais vezes as expectativas das pessoas q esperam da gente um sim!
Devo dizer q o sim, soa muito bem...
o sim tem um jeito de reciprocidade, como oferecer e aceitar. Todo sorriso tem cara de sim, felicidade tem cara de sim!
Bomm, escolher certas coisas não significa necessariamente renunciar e dizer não para as outras, simplesmente elas vão embora porque a gnt não faz mais parte do caminho delas...é consequência, como o rio q segue o rumo da margem.....


abraços

Tamara

Marly Meyre disse...

Oie!!!
Interessante demais este texto.
A convivencia com pessoas amigas nos faz sentir esta força estranha com mais intensidade.
Como é dificil dizer NÂO a pessoas amigas.
bju no coração.

Unknown disse...

Amiga, o mais interessante é que não pensamos duas vezes em dizer: não, hoje eu não vou sair com você; não, eu não posso ir a um happy hour; não, eu não vou viajar porque estou sem grana!!!

Claro que muitas vezes isso acontece para que possamos descansar, ou porque queremos apenas o aconchego de nosso lar. Mas muitas vezes é para trabalhar, preparar atividades para o dia seguinte, ou fazer experiências na tentativa de criar um clone para dar conta de todos os compromissos que assumimos!!!

Ao fazer isso dizemos NÃO A NÓS MESMOS, aos nossos desejos, aos nossos prazeres e às alegrias!

Como podemos fazer isso conosco e não temos força para dizer não aos outros?! É material para muitas crônicas e reflexões!!!

Bjo0os

Perdida no Mundão disse...

Querida, Dani e eu adoramos o texto... Puta identificação,rs! Inclusive eu acho q vc andou conversando com meu terapeuta rsrsrsrs... bjus

Unknown disse...

Ai ai ai ... será que um dia me livro dessa força estranha? rsrsrsrs Taí mais um detalhe da vida para virar a mesa! Mas tenho a sensação de que já comecei. Amei o texto e fikei lisonjeada com a dedicatória!!!! Obrigada por ser assim desse jeito e minha amiga, bjao