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sábado, 24 de outubro de 2009

Casca de banana no sapato dos outros é refresco?!

Observei uma cena na semana passada que me deixou surpresa, tão surpresa que me fez soltar um grande grito: “Ahhhhhhh! Não acredito!”.
Grito esse, que me provocou gargalhada e me fez receber muitos olhares curiosos no ônibus. Foi como se por um instante tivesse esquecido completamente de onde estava, estava tão a vontade conversando com uma amiga, e a surpresa ao olhar pela janela foi tanta que não me contive.
A cena que para muitos pode parecer bobagem, para mim foi no mínimo curiosa. Enquanto aguardávamos o semáforo abrir, olhei pela janela e vi um homem de quarenta anos aproximadamente, cabelos pretos, olhos puxados, óculos, camisa azul e calça jeans abaixando-se em frente ao seu portão e recolhendo uma casca de banana da calçada, caída bem ali, em frente a sua porta.
Tal acontecimento já me causou admiração, visto que ultimamente é muito comum ver alguém atirar uma casca de banana na calçada, mas recolhê-la é algo raro. Contudo, o que me surpreendeu, foi o que aconteceu logo em seguida. O homem abaixou-se, recolheu a casca de banana e a jogou no meio fio.
Quando vi a cena, soltei aquele grito, em sinal de reprovação ao ato. Na mesma hora eu e minha amiga começamos a rir devido aos olhares curiosos dos passageiros, e ao olhar para o sujeito que fez esta bandalheira vi que ele nos olhava e sorria. Levantei a mão em sinal de reprovação e ele sem o riso no rosto entrou, e eu fiquei pensando neste absurdo, certa de que isso iria virar história.
Foi então que comecei a pensar no quanto somos individualistas. Aquele homem teve o trabalho de abaixar-se e recolher a casca de banana por estar em frente a sua porta, onde poderia fazê-lo escorregar, no entanto, não pensou duas vezes ao atirar a casca pelo meio fio onde poderia causar um acidente com qualquer pedestre que por ali passasse.
É o velho ditado: “Pimenta nos olhos dos outros é refresco!”. Gostaria muito de saber de onde surgiu esta bobagem e o que de bom este ditado poderia causar na vida de alguém.
O que mais me impressiona, na verdade, é o fato de muitos de nós sentir alívio ao ver a dor do outro, em um pensamento egoísta que afirma ao ego constantemente: antes ele do que eu, ou ainda bem que não foi comigo.
Certa vez, me lembro de voltar do estágio de carona com uma colega e a mãe dela, bem no dia em que havíamos sido informadas que uma de nós poderia ser dispensada, e que provavelmente quem ficaria no local seria quem tivesse mais tempo de experiência. Ao saber disso, a mãe da minha colega perguntou qual de nós estava lá há mais tempo e tendo a filha dito quAlinhar à direitae era ela, ela simplesmente disse: então está bom, não se preocupe.
Ela realmente não se preocupou, não disse nada, e eu fiquei indignada com uma mãe dizendo aquilo para uma filha, ainda mais na companhia de outras pessoas. Como poderia esperar uma amizade verdadeira, ou evitar uma rasteira de alguém que foi educada a ser individualista e egoísta? Nunca esperei nada desta colega e na primeira oportunidade que ela teve deu seu sinal de que havia aprendido bem a lição e neste caso, quem escorregou na casca de banana fui eu.
Levar uma rasteira, um escorregão ou ser “deixada na mão” são ações que nos provocam indignação, nos despertam aquela sensação de injustiça e aquele sentimento que você não desejaria nem ao pior inimigo. Contudo, há quem diga que esta é a lei do mais forte, já que alguém terá que sucumbir que seja o outro e não eu, no entanto, cometemos um erro enorme ao acreditar que nunca estaremos do outro lado. Hoje você joga a casca, amanhã leva o tombo.
Na verdade o que gostaria de dizer é que não podemos melhorar a índole de ninguém, nem provocar boas sensações em pessoas que não se deixam emocionar, contudo podemos evitar sensações ruins, sofrimentos e muitos arrependimentos se tomarmos atitudes mais altruístas. Lembrando que não estou pedindo a ninguém para incorporar a Madre Teresa de Calcutá, apenas sugerindo que sejamos mais humanos.
Afinal, como já dizia meu chefe: “Bom senso e canja de galinha não fazem mal a ninguém”... E já que é possível escolher, creio que seja melhor a canja do que a casca de banana, exceto para a galinha é claro, ou será que não?

Um comentário:

Marly Meyre disse...

oie!!!

Sinto uma admiração muito grande por seu modo de ver em pequenas atitudes, o quanto as pessoas estão caminhando pra um caos. O quanto falta FRATERNIDADE entre as pessoas.
Um grande beijo em seu coração.