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sábado, 10 de janeiro de 2009

Folha em branco


Inspirar, respirar, expirar. Inspiração. Sem inspiração.
Não sei o que é pior, não ter inspiração ou encontrar inspiração nas coisas mais inusitadas. Hoje estou assim, sem saber se chove ou faz sol, se escrevo ou leio, se durmo ou acordo, se como ou bebo, se assisto um filme ou escuto música. Estou assim, sem sal nem açúcar. Numa ânsia de fazer qualquer coisa e com uma vontade enorme do ócio.
Mas a verdade é que preciso escrever. E escrever por obrigação nunca foi minha praia, muito menos meu campo, mas existem coisas que mesmo quando feitas sob obrigação nos dão prazer e escrever é uma delas.
Na verdade não foi difícil começar este texto, foi só olhar para a folha em branco e encontrar várias idéias: neve, boneco de neve, cenoura, salada, verão, sol, calor, chuva, frio, cobertor, suor, banho, nuvem, fumaça, neblina, montanha, grama, margarida, pomba, eca! Essa não, não suporto pombas, mas enfim, na minha mente as coisas funcionam assim, uma coisa puxa a outra.
Pode ser que todas as mentes funcionem assim, mas como não sei o que se passa na sua mente, nem se você mente quando diz sobre o que se passa na sua mente, falo só por mim.
Tenho ainda como agravante ter uma imaginação incrível, que torna o elo entre as coisas mais fortes. Na verdade acho que não existe muito sentido nessas ligações, o fato é que nem tudo precisa ter sentido. Esse texto mesmo não tem começo, nem fim, você pode lê-lo de cima para baixo, do meio para cima ou para baixo e se preferir a tradição comece do primeiro parágrafo. Tentou?
Aposto que muitos dirão que não deu certo, que não fez sentido nenhum, e não era para fazer mesmo, porque você é que constrói o sentido para o que está lendo, posso escrever qualquer coisa aqui e você vai entender de um jeito, e o fulano de outro, o sicrano vai se assustar e o beltrano achar engraçado, no fim, cada um escolhe seus significados, e isso acontece constantemente em cada segundo de nossas vidas.
Quando se está de mau humor um bom dia merece aquela resposta clássica: “só se for o seu”, ou, “o que têm de bom?” Mas se você teve uma noite maravilhosa e acordou com o som de pássaros, além de responder: “dia lindo, não?”. Vai colocar um sorriso enorme no rosto e deixar o indagador com uma pulga atrás da orelha.
Caso eu escreva que adorei a mangueira do fulano, você pode imaginar a borracha usada para lavar carros e garagens, uma árvore frutífera ou se tiver uma mente poluída outra bobagem qualquer. Do mesmo jeito que quando digo que não estou feliz com meu gato, você pode achar que não gosto de felinos, ou que não estou muito satisfeita com minha relação amorosa. Poderia ficar aqui o dia inteira escrevendo coisas desse tipo e te enlouquecer com essa tal polissemia, mas creio que já foi o suficiente para que você pensasse um segundo e tentasse descobrir outras palavras do tipo e principalmente outros sentidos para sua vida.
Na verdade só queria mesmo te fazer pensar. Pensar faz bem. Você pensa muito ou pouco? Eu penso bastante. Tanto que às vezes me esqueço do por que comecei a pensar.
Quando se pensa muito em alguma coisa, as situações ganham outros significados e muitas vezes perdem a relevância. É pensando que construímos sonhos, problemas e soluções, assim, sempre é bom pensar, mas na medida certa, nem muito, nem pouco, pense no ponto.
Pense em coisas que precisa pensar e em coisas que gosta de pensar. Pense acordado e acorde pensando, pense dormindo e durma pensando, pense e respire, respire fundo para pensar, pense rápido, lentamente pense, pense hoje, pensou ontem e pensará amanhã. Pensar no quê? Ah, isso é com você. E se não quiser pensar, lamento informar que você pode até tentar, mas não vai conseguir, pois até para pensar em nada é preciso pensar.
É isso, tão essencial e involuntário quanto o respirar é o pensar, e de tanto pensar e não encontrar inspiração acabei escrevendo esse texto sem pé nem cabeça, mas que me fez pensar e respirar um bocado! Ufa!

Um comentário:

Paula Leão disse...

Olá Taline ... li seu blog hj no dia o seu niver, parabéns pelo seu texto pensativo...cheio de reflexões e por ser quem vc é, simplesmente, a Taline, do blog, da Unesp, do Serviço Social e vários outros lugares....O texto me faz pensar no ócio produtivo que temos com a faísca do não pensar.... Parabéns!