Era domingo, dia em que podia dormir até mais tarde, acordar com preguiça e dormir mais um pouco, mas não neste domingo. Acordou cedo e disposta. Pouco mais de oito horas da manhã, abriu os olhos, sentou-se na cama e olhou o céu azul lá fora, dia lindo, pensou, dará tudo certo.
Lembrou-se da breve conversa que tivera com ele na noite anterior, relembrava cada palavra, cada frase e ansiosa deixou que o otimismo a invadisse.
Havia aberto a ele seu coração, disse-lhe todo o amor que por ele sentia e que ali estava a sua espera. Disse a ele que cansada estava de enganar-se e que não poderia ter apenas sua amizade, queria mais, o queria por inteiro e estava decidida a conquistá-lo.
Os avisos de amigas relembrando os erros do passado e as lágrimas derramadas, a voz de seu coração que prenunciava uma nova cicatriz, nada disso bastou-lhe, queria, precisava viver esse sentimento plenamente.
O dia passou arrastado, tentou ficar mais bonita, escovou os cabelos, após tomar um banho demorado, pintou as unhas e perfumou-se delicadamente. Ligou o rádio e ouviu uma canção, leu seu horóscopo no jornal e agarrou-se em livros para passar o tempo.
Quando olhou novamente no relógio, já passavam das dez horas da noite. Pois é, ele não veio. Sentiu uma dor forte no peito e uma vontade de chorar. Em sua mente vieram as lembranças como em um filme: as risadas, o cafuné, os abraços e brincadeiras, o último beijo e a ilusão.
Despertou com o som do telefone. Correu para atendê-lo, era ele. Foi uma conversa breve. Ele reafirmou gostar dela, mas disse não estar preparado para um relacionamento, creio que ele nunca esteve, nem estará pronto para relacionar-se com ela, contudo, nunca deixou isso muito claro. Disse algumas coisas a mais depois disso, mas a dor fez com que ela perdesse a audição e a fala. As palavras, já sem sentido, saiam com dificuldade. A primeira lágrima escorreu em sua face e ela desligou o telefone.
Apagou as luzes da casa e sentiu-se sozinha como jamais havia se sentido. Entrou no quarto, sentou-se na cama e chorou silenciosamente. Ficou ali, estática, por horas, acreditando que junto com as lágrimas poderia tirar do peito esse amor não correspondido.
Sentia o peito abrir-se e uma angústia profunda a dominara. Precisava sufocar esse sentimento que a invadira, sabia que a única alternativa era esquecê-lo. Lembrou-se de todas as tentativas anteriores, das decepções e finalmente percebeu que aquela história precisava de um ponto final e que a caneta estava em suas mãos.
A noite nunca fora tão silenciosa e vazia, as lágrimas há tempos não tinham gosto tão amargo. Decidiu por pingar no final daquela noite um ponto firme e único. Deu com esse gesto adeus às ilusões. Prometeu naquele instante pintar-se de cinza e nunca mais apaixonar-se.
Temo que ela cumpra essa promessa e desacredite do amor para sempre. Temo mais ainda que esse ponto final seja um obstáculo para novas histórias de amor.
No mais, me resta observá-la todos os dias. Verei com cuidado qual é sua cor e no dia em que ela estiver cinza, chorarei tristemente a perda de, talvez, uma das últimas românticas deste mundo, restará então o cheiro de tinta fresca e um novo olhar para os casais apaixonados.
Lembrou-se da breve conversa que tivera com ele na noite anterior, relembrava cada palavra, cada frase e ansiosa deixou que o otimismo a invadisse.
Havia aberto a ele seu coração, disse-lhe todo o amor que por ele sentia e que ali estava a sua espera. Disse a ele que cansada estava de enganar-se e que não poderia ter apenas sua amizade, queria mais, o queria por inteiro e estava decidida a conquistá-lo.
Os avisos de amigas relembrando os erros do passado e as lágrimas derramadas, a voz de seu coração que prenunciava uma nova cicatriz, nada disso bastou-lhe, queria, precisava viver esse sentimento plenamente.
O dia passou arrastado, tentou ficar mais bonita, escovou os cabelos, após tomar um banho demorado, pintou as unhas e perfumou-se delicadamente. Ligou o rádio e ouviu uma canção, leu seu horóscopo no jornal e agarrou-se em livros para passar o tempo.
Quando olhou novamente no relógio, já passavam das dez horas da noite. Pois é, ele não veio. Sentiu uma dor forte no peito e uma vontade de chorar. Em sua mente vieram as lembranças como em um filme: as risadas, o cafuné, os abraços e brincadeiras, o último beijo e a ilusão.
Despertou com o som do telefone. Correu para atendê-lo, era ele. Foi uma conversa breve. Ele reafirmou gostar dela, mas disse não estar preparado para um relacionamento, creio que ele nunca esteve, nem estará pronto para relacionar-se com ela, contudo, nunca deixou isso muito claro. Disse algumas coisas a mais depois disso, mas a dor fez com que ela perdesse a audição e a fala. As palavras, já sem sentido, saiam com dificuldade. A primeira lágrima escorreu em sua face e ela desligou o telefone.
Apagou as luzes da casa e sentiu-se sozinha como jamais havia se sentido. Entrou no quarto, sentou-se na cama e chorou silenciosamente. Ficou ali, estática, por horas, acreditando que junto com as lágrimas poderia tirar do peito esse amor não correspondido.
Sentia o peito abrir-se e uma angústia profunda a dominara. Precisava sufocar esse sentimento que a invadira, sabia que a única alternativa era esquecê-lo. Lembrou-se de todas as tentativas anteriores, das decepções e finalmente percebeu que aquela história precisava de um ponto final e que a caneta estava em suas mãos.
A noite nunca fora tão silenciosa e vazia, as lágrimas há tempos não tinham gosto tão amargo. Decidiu por pingar no final daquela noite um ponto firme e único. Deu com esse gesto adeus às ilusões. Prometeu naquele instante pintar-se de cinza e nunca mais apaixonar-se.
Temo que ela cumpra essa promessa e desacredite do amor para sempre. Temo mais ainda que esse ponto final seja um obstáculo para novas histórias de amor.
No mais, me resta observá-la todos os dias. Verei com cuidado qual é sua cor e no dia em que ela estiver cinza, chorarei tristemente a perda de, talvez, uma das últimas românticas deste mundo, restará então o cheiro de tinta fresca e um novo olhar para os casais apaixonados.
6 comentários:
Um ponto final nas ilusões que mascaram a realidade. Um ponto final para um recomeçar repleto de esperanças...
Quero saber quem sao os protagonistas dessa historia...huhuhuuu
Nao perca as ilusoes e mto menos a esperança...
amoooo mtooo e amo mais.
Espero que essa moça que se pintou de cinza volte a colorir os dias com seu lindo sorriso.
Quem não sofre não corre o risco de amar. Embora seja mais seguro não amar, é infinitamente melhor sentir dor e poder aproveitar a sensação magnífica de amar intensamente. E quem disse isso foi o escritor Roberto Freire. Ele tem uma frase muito boa para resumir isso: "É o Amor, e não a Vida, o contrário de Morte".
Então, minha querida amiga, viva, sofra, deixe doer, tente de novo, empurre, puxe, grite, mas por favor, erre de novo, e de novo e de novo.
Beijos
Gostei do comentário do "FS".
Bem, já ouvi pessoas dizerem q preferem "pular" a fase da paixão, começar com uma certeza maior qquer tipo de relacionamento.
Mas, como diz o grande Seu Zé: "A gente não tem poder sobre o coração...". e outra: "Apaixone-se, mas vá sempre com a malícia q a vida tem te proporcionado".
É mto foda sofrer desilusão. Só q, talvez somente aquele dia em q vc sonhou e se entregou a alguém, já baste para compensar de forma pungente o escoar da expectativa q se tornara amarga...
Não q eu ache q tudo tem q ser colorido, o cinza faz parte da aquarela cotidiana, mas a questão é: será q podemos realmente recolher nosso pincel enquanto nossa língua palpita de desejos pela vida?
Aos comentários...
Xande meu irmão querido..algumas personagens não merecem ter sua identidade revelada...digamos que apenas a recordação mais íntima já seja suficiente para dar nomes aos homens e aos seus complexos sentimentos... Também amo vc, e muito mais!;)
FS... também espero, sinceramente, que essa moça volte a colorir seus dias e a iluminar com o brilho de seus olhos um novo significado para o verbo amar. Diria que ela está em reconstrução e que cedo ou tarde encontrará um novo significado para seus sentimentos. Que estes deixem de se carregar de desilusões e sofrimentos, para que possam voar de forma serena e leve, como o mais puro afago de uma história de amor...Obrigada pelo comentário... beijos!
Thiago...Diria que se recolher o pincel, ou mandar no coração, fosse sequer imaginável muitas feridas não teriam se feito, muitas lágrimas teriam sido evitadas, contudo, muitas histórias de amor não teriam sido vividas. É aquela velha história...Cada escolha uma renúncia. Talvez essa moça tenha se cansado das cicatrizes e prefira a ilusão do amor a arriscá-lo novamente, talvez esteja, como disse ao FS, apenas em reconstrução e em breve pronta a vivenciar todas os prazeres e desprazeres de uma paixão, o fato é que o cinza, mesmo que de modo passageiro não cai bem, ainda assim, é necessário para esquecer e recomeçar...E na dúvida, abrace o desejo! Afinal, por mais que lhe traga arrependimento deixará uma recordação, mesmo que ínfima, de algo bom, de algo realizado...
Beijos saudosos, com carinho!
Nada como o tempo.
As vezes o achamos vilão em nossa história.
Mais tarde reconhecemos o valor do tempo. Tempo pra pensar, refletir e ver que...
Tudo tem seu tempo.
E que o tempo passa.
Dias melhores sempre vem.
bjus
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