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domingo, 22 de junho de 2008

Sim! Murphy é meu amigo!



Tem dias que você se levanta da cama e pensa: “Ah não! Eu estou viva!”.
São nesses dias que – você pode apostar, as coisas não vão andar como o esperado. E não vai adiantar culpar Murphy, nem suplicar ao Saci ou ao Santo Expedito por uma maré de boa sorte, pois, com toda certeza, ela não virá.
São nesses dias que você acorda como um zumbi, pedindo mais 5 minutos na cama, mas seu despertador cor-de-rosa não para de tocar e, quando você gentilmente lhe dá uma leve pancada para encerrar aquele bip-bip ensurdecedor, ele cai, e não feliz com a queda, se quebra, se esborracha, ponteiro de cá, pilhas de lá, e...Parabéns! Eis seu primeiro prejuízo.
Mas você não desanima e pensa: “Calma! O dia está só começando”. Levanta-se, tropeça no chinelo que estava virado, vai com muito sacrifício ao banheiro, liga o chuveiro, percebe que a água está fria, mas como não deve fazer mais do que 11°C lá fora, se “anima” e toma seu breve banho assim mesmo, pega seu shampoo preferido e percebe que não tem mais nenhuma gota, lava o cabelo com o sabonete mesmo, desliga o chuveiro e sai do boxe. Então, percebe que esqueceu a toalha.
Ótimo! Pneumonia à vista. Você sai correndo molhada do banheiro direto para a área de serviço, toma a friagem dos 11°C no corpo não muito quente, já que a água estava fria, pega a toalha no varal e diz um “bom dia” muito sem graça para sua vizinha que estava no bloco ao lado estendendo roupa e provavelmente não achou nada interessante te ver sem roupa da varanda dela logo pela manhã.
Mas, você é uma mulher moderna, e não é uma situação constrangedora ou um despertador quebrado que vai te aborrecer certo? Certo! É preciso muito mais do que isso!
Assim, você coloca sua roupa mais batida, porque a melhor está sem passar no armário, coloca um tênis porque usar salto em um dia desses seria abusar da sorte e vai tomar seu café da manhã. Outro erro! Em dias assim, os utensílios domésticos são nossos inimigos, mas como você não precisa mais do que um copo de leite para sair de casa, se anima e abre a geladeira, tira a caixa de leite, leva até a mesa e abre a lata de achocolatado, enche uma colher e despeja...na mesa! “Ai que raiva!”. Calma, respira... tudo bem, outra colher, desta vez mais cheia e no copo, adiciona o leite e bebe. É neste momento que você percebe que nestes dias a coordenação motora fica visivelmente abalada, e o copo erra a boca, cai leite dentro do seu nariz, pelo seu pescoço e claro na sua blusa, batida, mas branca.
Ok, vai para a pia do banheiro e tenta disfarçar o ocorrido...tsc,tsc...isso nunca vai dar certo. Troca de roupa e nota no relógio atrasado da cozinha que você está MUITO atrasada!
Sai de casa correndo, com a bolsa, a pasta e mais um casaco na mão, desce as escadas, fecha a porta do hall, coloca o pé na rua e percebe que o tempo não está nada bom, mas se você subir e pegar o guarda-chuva com certeza irá perder o ônibus. É melhor ir sem mesmo.
Um quarteirão, dois, três... cabrum! Quatro, cinco... raios.. seis, sete... cabrum! Oito e chuáaaaaa! Água para quem quer! Uma chuva torrencial desaba, bem em cima de você! Então você pensa: “Merda! Devia ter pegado o guarda-chuva” e pensa também: “Ainda bem que troquei a blusa branca (será que é isso que aqueles ridículos ditados querem dizer? “Toda vez que se fecha uma porta, uma janela se abre”; ou, “Deus escreve certo por linhas tortas”, ou ainda, “Ele sabe o que faz!”). Então, você se lembra dos caçadores de mitos e escolhe não correr, porque diz a lenda que assim você vai se molhar menos... continua andando, nove, dez, onze quadras... Pois é, correndo ou não, você já está como diria minha avó: como um pinto molhado!
Chega no terminal, o bilhete encharcado se recusa a entrar na máquina (lembra do que disse sobre utensílios domésticos?), mas você é persistente, tenta, tenta e observa seu ônibus chegando, chama o fiscal e pede ajuda. Ele diz para trocar o bilhete, os passageiros descem do ônibus, você na fila para trocar um mísero bilhete molhado, os passageiros sobem no ônibus, você consegue trocar o bilhete, passa na catraca e dá adeus ao seu ônibus, que passa bem na sua frente. Resultado: 2 minutos de atraso, e mais 25 minutos no terminal até chegar a próxima condução.
Pelo menos você terá tempo para se secar, pensa. Senta no primeiro banco que vê, quase bate os dentes de frio, mas persiste, vai até a cantina comprar um café e te dão um BEM frio. Você não reclama, afinal, num dia desses reclamar traria más vibrações, energias negativas, e você não gostaria disso não é?
O ônibus chega, você senta e lá vem um cidadão alcoolizado e joga-se, bem do seu lado. Pior que as besteiras que ele diz e os versos das músicas que ele enrola, é o cheiro de álcool. Pelo menos ele não deve estar com frio, mas que está muito chato, ah isso está.
Então, você tira um cochilo para esquecer o colega de viagem, e advinha? Passa do seu ponto! Você desce do ônibus correndo, quase é atropelada no meio da avenida, porque seu tênis simplesmente resolveu se desamarrar, chega no trabalho e já leva um “toco” do chefe por causa do atraso, mais 5 minutos e outro toco, dessa vez você nem imagina o por quê, mais duas horas e aquele monte de gente à sua espera, você coloca um sorriso no rosto e atende, mil solicitações, uma pessoa, meio computador – porque a impressora está sem tinta há séculos: “Vamos lá meu querido, liga logo, isso! Não, não é esse arquivo que pedi para abrir, é o outro!” Puf! Desliga tudo e reinicia, sozinho! (Mais uma vez, lembre-se do que disse sobre as máquinas e utensílios de cozinha nestes dias...). Então, você pensa.. “É, desgraça pouca é bobagem...”.
Mas, tudo bem, logo seu dia acaba e você volta para a segurança do seu lar. Faltando 5 minutos para ir embora o telefone toca, você até pensa em não atender, mas sua ingênua, boa e boba consciência não deixa. Atende o telefone, é um cliente chato que fica mais de 40 minutos te perguntando mil coisas sobre algo que ele nem sabe o que é. Você fala, fala e ele não entende absolutamente NADA. Resultado, você perdeu seu tempo, sua paciência e seu ônibus, terá que esperar mais 30 minutos, mas tudo bem, você chegará em casa.
Entra na condução lotada, vai em pé, no sacolejo leva uns cutucões daqui e pisões dali, mas resiste. No meio do caminho o ônibus simplesmente bate de leve em um carro. “Eita maravilha! É hoje”. Coisa de 20 minutos até chegar ajuda e mais 20 até fazer o reparo, 40 minutos e você vê outro ônibus passando,e você ali, ainda...
Quase anoitecendo chega em casa, vasculha a bolsa em busca da chave e, advinha?! Não, não, não esqueceu no trabalho, perdeu mesmo, merda! Então, você percebe seu outro prejuízo, pega o celular, quase sem crédito liga no chaveiro 24 horas e ele diz que está fechado, sutilmente você solta um palavrão, liga para outro chaveiro e pede humildemente para ele vir te auxiliar, ele diz que se der tudo certo daqui uns 40 minutos ele chega. Ótimo, 40 minutos e eu aqui, com o tênis ainda encharcado, com uma fome de leão e sem um mísero tostão no bolso. Ok, o chaveiro chega, abre as duas portas, te cobra um absurdo e isso faz você lembrar dos míseros tostões que não existem no seu bolso, pede para ele aguardar, vai até o caixa eletrônico, tenta fazer um saque, mas a máquina reinicia bem na sua frente (fiquem longe das máquinas em dias assim!!). Você pega o telefone do lado da cabine e xinga uma mulher que você nunca viu na sua vida e que toda hora erra o seu nome, e xinga a mãe dela também em pensamento, mas depois se acalma e vê o dinheiro saindo... saiu. Você corre em casa, paga o chaveiro que estava lá com aquela cara de pouquíssimos amigos à sua espera.
Finalmente sobe as escadas correndo, morrendo de fome, abre a geladeira e vê que aquele último pedaço de bolo que você tanto queria, já havia sido devorado por alguém. Ótimo, você pode fritar um ovo e comer com pão, quebra o ovo e advinha? Podre! Eca! Cheiro que se espalha pela casa...outro e aí sim, pão com ovo e no forno pão-de-queijo... mas que demora! Demora, demora... você vai dar uma olhada e advinha? Isso mesmo, o gás acabou, mas que hora para acabar um gás (se bem que é óbvio que o gás vai sempre acabar quando você estiver cozinhando, se fosse de outra forma, nunca saberíamos, não é?). O jeito é se contentar com o pão e ovo mesmo.
Liga a TV (apenas mais um eletrodoméstico na sua vida) mas por causa da chuva, a sintonia está péssima, resolve dormir, afinal o dia já tinha sido cheio demais.
Levanta do sofá, vai para o quarto, coloca o pijama, deita na cama, ouve um bip-bip ensurdecedor e pensa...só mais 5 minutinhos! Que sonho terrível!

4 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Amoreee incrivel q tudo q vc faz me alegra, me anima e me inspira, o q seria de mim sem vc???
Obrigado por fazer parte de minha vida e por postar coisas maravilhosa....
ta amooooo!!!

Anônimo disse...

Taline, me desculpe, mas vou fazer isto em etapas, pois você trabalha com alguns conceitos que preciso entender melhor. Co-dependência, compreendo o que se sente e o que é dependência também! Tenho muitas dependências e poucos co-dependentes. Diferimos no olhar ao espelho: você encontra seu amor-próprio, eu encontro meu maior inimigo, meu egoísmo, narcisismo, homossexualismo, e a infernal Ninfa Eco, será que Narciso deveria se apaixonar por Eco? ou amá-la? ((neste nipe))!Daniel?

Unknown disse...

O que que é isso hein... sai pra lá Murphy.

É... acho que todos já tiveram um dia, ou diversos deles, iguais a este.

Quanto li estas reflexões sobre a Lei de Murphy e como ela afeta intensamente as nossas vidas, me lembrei de um conto de Victor Giudice chamado "o Arquivo", que trata do cotidiano de um trabalhador em sua peculiar relação com as condições salarias e de vida.

Quando tiver um tempnho dá uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=G5VvislfQ4Q

Gosto muito do conto... me faz refletir sobre muitas coisas que sinto.

Bjos e continua escrevendo, pois que sempre que dá eu passo por aqui.