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domingo, 22 de junho de 2008

Engane Murphy e seja feliz!



“Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultar em catástrofe, então alguém a fará”, ou seja, se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível, já dizia o engenheiro Edward A. Murphy Jr., em 1949.
Remeto-me a Murphy novamente, pois, depois de publicar minha primeira crônica em um jornal, recebi e-mails de amigos que sugeriram algo menos pessimista ou até mesmo uma continuação da crônica com um final: felizes para sempre.
Depois de muitas decepções e desilusões pessoais comecei a ver a vida de outra maneira, com um olhar bem mais Murphy e bem menos conto de fadas, mas posso afirmar, sou muito mais feliz assim!
O fato de algo em sua vida dar errado, e da pior maneira possível é muito positivo, pois, se você consegue dizer que algo foi muito ruim é porque você tem algo muito bom que lhe sirva de referência, desta forma, a vida nunca será sempre um horror, ela será um misto de bons e maus momentos, de críticas e construções, de alegrias e tristezas.
Culpar Murphy é uma forma de ilustrar o quanto é mais simples continuar o ciclo de tragédias a rompê-lo, então aí vão algumas dicas para construir um final feliz para a sua história:
Se seu despertador faz um barulho ensurdecedor e te irrita todas as manhãs, compre um galo, acorde com o som da natureza, regresse ao mundo bucólico dos poetas franceses e sinta-se revigorado! Afinal, o galo não é cor-de-rosa, não quebra e pode acordar aquela sua vizinha chata que te irrita toda noite com o som alto.
Acabou de se levantar e levou um tropeção? Tudo bem, aproveite o quase tombo pra treinar aquele passo da aula de dança, saia girando pelo seu quarto, requebre até o chão na frente do espelho e siga para o banho.
O chuveiro está frio? O shampoo acabou? Sem problema, lembra-se do galo? Nos tempos bucólicos era muito comum banhos em tinas, e hoje eles são chiques e caros, à venda em clínicas de estética de todo o mundo. Esquente água e tome seu banho de “tina”, quanto ao shampoo, use o sabonete e depois capriche no creme para pentear, afinal essa invenção deve ter alguma serventia além de ensebar os cabelos.
Suas roupas estão sem passar, você coloca aquela blusa branca de sempre e consegue sujá-la antes de ir para o trabalho? Ok, não precisa se descabelar e nem tente limpar, porque não vai adiantar, o melhor é usar aquela blusa que você comprou ontem e estava guardando para o final de semana, garanto que sua auto-estima será elevada e o ciclo de tragédias será rompido instantaneamente.
Já ouviu falar em testar a paciência? Levar uma bronca no trabalho, ouvir um desaforo de alguém na rua, ou receber um café frio de uma cantina são ótimas oportunidades de fazê-lo. Teste seu poder de fingir que entende, ouça e finja que não ouviu, e finalize com um sorriso bem amplo e um muito obrigado! Você vai ver como as coisas melhoram. A melhor vingança para um desaforo é a indiferença, ela causa incômodo porque mostra que você é muito melhor e mais importante que qualquer palavra mal-educada.
Tomar um banho de chuva forçado porque esqueceu o guarda-chuva não é o fim do mundo, aproveite pra sentir cada pingo em sua pele, ouvir o barulho das gotas caindo em cada estrutura, respire fundo, sinta o cheiro da terra molhada e cante: “I’m singing in the rain; Just singin’ in the rain; What a glorious feeling; I’m happy again…”.
E quanto ao atraso, bem, ele é constante na vida de muitas pessoas, atrasar-se, perder um ônibus, ter que esperar 30 minutos em um terminal, ou em uma estação rodoviária, pode ser algo muito enriquecedor. Outro dia mesmo estava em São Paulo e enquanto aguardava meu ônibus no terminal rodoviário, pois tinha perdido o anterior, uma mulher sentou-se ao meu lado, abriu um livro e continuou a lê-lo, quando concluiu a última página me olhou e disse: Que lindo! Quero te dar esse presente hoje, leia isso aqui.
Eu li, e era a última página do livro “Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres”, do autor Augusto Cury, e aquelas palavras me marcaram, talvez porque era o dia do meu aniversário e estava sozinha em uma cidade estranha depois de prestar um concurso público, ou simplesmente pelo fato de ter aprendido algo mais naquele dia. Quando aquela mulher se levantou e despediu-se ela não disse até logo, ela disse: uma feliz vida para você. Obrigada, eu disse, e sorri.
Assim, finalizo com a seguinte reflexão, as coisas sempre podem piorar e a intensidade dessa situação irá depender da sua imaginação e dos seus atos, da mesma forma que um simples sorriso, uma piada sem graça ou o cantarolar de uma música pode quebrar o ciclo de tragédias e deixar tudo melhor. Afinal, ao contrário do que diz aquele ditado ridículo, eu acredito que “se melhorar, melhora” e não estraga como dizem por ai...Então, crie seu final felizes para sempre e carpe diem!

Um comentário:

Marly Meyre disse...

A vida é bela.
E mais belos somos nós.
Fazemos parte de um projeto bem maior que imaginamos.
bjus