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domingo, 15 de agosto de 2010

Pé na estrada!


Enquanto escolhia o tema desta semana para a coluna, dentre a imensidão de estranhices que me perseguem diariamente, comecei a perceber que não é de hoje que este jeitinho esquisito me acompanha.
Lembrei-me das inúmeras vezes em que me senti envergonhada, assustada ou confusa quando era criança diante de tantas situações inusitadas. Realmente já tenho sido treinada desde sempre para enfrentar com bom humor as peças que a vida me prega.
Dentre tantas histórias, pude voltar no tempo em pelo menos três situações que se repetiram recentemente. Claro que tudo em seu devido contexto e com seus importantes personagens, mas o motivo foi o mesmo, creio que banal, pois posso afirmar que todo mundo já passou por isso antes e se não passou provavelmente irá passar. Quem nunca teve um carro enguiçado no meio de uma estrada, afinal?
Voltando no tempo consegui me lembrar com detalhes de uma vez em que fiquei na beira de uma estrada de terra com minha avó, minha irmã e meu tio, na porta do sítio do meu avô depois do carro ter decidido parar de funcionar, bem na hora de voltar para casa, com a noite caindo, o frio chegando e os morcegos se aproximando cada vez mais de nós. Tinha meus seis para sete anos e o sítio que nem é tão longe da cidade, parecia distante demais para que alguém nos salvasse, linha telefônica em área rural naquela época nem existia, muito menos celular.
Consigo lembrar do barulho do vento nas árvores, dos barulhos de bichos do mato que pareciam monstros para uma garota no escuro. Na ocasião fomos salvos por um sitiante da vizinhança que nos colocou na traseira da caminhonete, em meio a sacos de milho e latões de leite e nos trouxe para casa sãs e salvas.
Depois deste ocorrido outros acontecimentos do tipo surgiram, foram inúmeras às vezes em que ajudei uma amiga a empurrar um fusca amarelo imperial ladeira a cima, já que o pobre carro vivia sem bateria e combustível era no conta gotas. Sem falar nas vezes em que fiquei na estrada por um pneu furado e em uma das ocasiões a motorista nem sabia informar onde ficava o tal do pneu step. Sabe como é, carro novo, com aqueles suportes, que mais parecem esconderijos secretos, tão secretos que nem os donos dos veículos sabem onde estão.
Foram tantas histórias! E a mais recente delas me surpreendeu na semana passada. Depois de um final de semana prolongado na cidade natal tive que voltar para a rotina e contei com a carona da minha querida mãe. Eu e meu namorado combinamos de voltar com ela e pegar uma carona até Campinas/SP, seguiriamos então para Sorocaba/SP e ela para São Paulo/SP.
Tudo ia bem até a luz do óleo começar a piscar no painel do veículo. Pisca daqui, dali e o motorista com um ar de preocupado decidiu avisar minha mãe de que algo não ia bem. Paramos em um posto de gasolina na beira da estrada, olhamos o óleo, a água, o combustível, aparentemente tudo certo. Já que o relógio não pára decidimos tentar chegar ao menos em Campinas e voltamos estrada afora.
Cinco quilômetros depois o carro começou apresentar um barulho estranho, um tipo de: tec,tec,tec, que começou a incomodar. É...decididamente seria impossível seguir viagem. Paramos no acostamento e minha mãe acionou o seguro. Com sorte trariam um gincho e um carro extra em aproximadamente duas horas, tempo mais do que suficiente para perdermos o ônibus em Campinas.
Acostumada com tantos desencontros olhei para o céu, vi o céu azul, com poucas nuvens e pensei: pelo menos não está chovendo. Não fiquei brava, nem com medo, mas com certeza tive a certeza de que algo estava por vir.
Não demorou muito para que minha mãe avistasse um ônibus no final da rodovia em nossa direção. Sem pensar duas vezes ela quase se jogou na frente do veículo acenando sem parar até que o motorista parou e nos permitiu embarcar.
Foi uma loucura. Aquele monte de malas tentando se ajeitar no interior do ônibus, já que o bagageiro estava fechado. As pessoas olhando assustadas, tentando entender o que tinha acontecido com aqueles malucos no meio da estrada. Eu e meu namorado esbaforidos, rindo como bobos e relembrando as idas e vindas até o momento.
Enfim chegamos a Campinas, mais tarde no que deveríamos,é claro, o que nos rendeu um chá de cadeiras de mais de duas horas até a chegada ao nosso destino. No final do dia soube que minha mãe havia chegado em segurança também, me contou rindo que voltou para casa de guincho. É...tem coisa que se contar ninguém acredita. Mas é isso, faça chuva ou faça sol, fé em Deus e pé na estrada!


Ilustração de: Gabriel Vicente.

3 comentários:

Paulo disse...

Esse dia foi um sufoco mesmo, acho que tinha mais ou menos esse tanto de mala.
É uma aventura só andar com minha linda!

Bjoss

Marly Meyre disse...

hihihihi

que aventura heim?
ainda bem que vc estava acompanhada de um gato lindão.
ja tive algumas aventuras tambem na estrada.
hehe
daria uma boa historia.
bjks com carinho

GRAÇA disse...

DESCULPE-ME POR NÃO COMENTAR EM TDS OS SEUS ESCRITOS, MAIS EU LEIO TDS, E SEMPRE FICO ADMIRADA COM A SUA CRIATIVIDADE, AMIGA QUERIDA CONTINUE ESCREVENDO, NÃO PARE, VC É MUITO ESPECIAL, É A PRIMEIRA E UNICA AMIGA QUE TENHO EM SOROCABA, EMBORA A GENTE NUNCA SE VÊ, SEMPRE PENSO EM VC, UM GRANDE BJ.

GRAÇA