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sábado, 23 de maio de 2009

Amanhã, outro dia


Seria um final de semana como qualquer outro de retorno à cidade natal. Seriam dias recheados de paparicos e guloseimas e noites repletas de risos e boas conversas. Seriam tardes de afagos e cafunés e madrugadas de segredos e amizade. Mas acabou por ser, além disso tudo, surpreendente.
Creio que já escrevi algo aqui sobre o quanto gosto de surpresas, por achá-las necessárias para o enfrentamento de obstáculos da vida. Reforço minha opinião de que a surpresa é que controla as mazelas da humanidade, ressalvo, a surpresa boa, é ela que salva o mundo da loucura que leva ao crime ou ao descontrole. As surpresas agradáveis quebram ciclos de violência, de tragédias e, sobretudo dão espaço ao novo e à esperança.
Esperança. Sentimento que invadiu o final de semana e instalou-se no meu vazio coração. Um simples convite, já esquecido depois de tantos desencontros, foi suficiente para resgatar esse sentimento e deixá-lo a postos. A espera de agradáveis surpresas. E elas vieram.
Engraçado como adoro me arriscar, e creio que não temo minhas atitudes, pois elas sempre tiveram respaldo da pessoa mais importante da minha vida, e desta vez não foi diferente. Em companhia da minha mãe, fui ao encontro de alguém que já conhecia há uns seis meses pelo menos, mas que nunca havia me apresentado a cor dos seus olhos, seu cheiro e sorriso.
A primeira impressão foi a melhor possível, e bastou para que logo me viesse na mente o seguinte pensamento: “Devia ter me arrumado mais”.
Lá estava ele, alto, magro, muito bem vestido, perfumado, educado e extremamente agradável. Olhos castanhos claro, quase mel, mãos bem cuidadas, um sorriso largo e bem humorado, um olhar tímido e uma ótima conversa.
Demorei a acreditar que enfim havia nos encontrado. Tantas conversas, tantos desencontros, tantas confissões e desabafos e agora ele ali, ao meu lado. Eu, ele e o Redentor. Ar puro, céu azul, brisa leve, o rio largo bem ali, a ponte, gargalhadas e uma vontade de parar o tempo. Apoiei em seu braço um instante e sorri, sim ele era real.
Passamos juntos a tarde toda, muitas conversas, histórias, visita aos pontos turísticos, que ele disse não conhecer, mas que na verdade conhecia melhor do que eu. Mas isso não importa, nenhum daqueles lugares será o mesmo depois que ele esteve lá.
Antes de sua partida lhe perguntei o que havia sido mais surpreendente naquele dia e ele me respondeu que era minha reação, não acreditando que ele estava ali. E acho que ele tem razão. Confesso que custei a crer que ele estava ali, fazia tempo que havia me privado de algumas ilusões, não as resgatei com ele, mas me permiti lembrá-las.
Não sei se nos encontraremos outra vez, talvez não, talvez a surpresa tenha sido parte apenas da minha visão desta história e a esperança que junto com ele foi-se embora, talvez nem sequer tenha existido em seu coração. Mas isso não importa, ganhei alguém para querer bem, mesmo estando longe.
Ganhei uma tarde linda, sorrisos sinceros e uma companhia muito agradável. Ganhei momentos de expectativas superadas. Ganhei paz e confusão. Ganhei lembranças e passos firmes feito aço, em busca de quem sabe, um novo recomeçar.
E você pode estar ai curioso, se perguntando, mas e ai? E ai que o amanhã é outro dia. O destino pode tomar sua parte daqui para frente, tentar encurtar as distâncias, as barreiras e talvez o cupido dê seu empurrãozinho atirando flechas sem destino. Ou ainda, quem sabe, o ai, se torne nada. Só isso e ponto final, sem reticências, apenas mais um capítulo da minha história que hoje, pelo menos, está mais colorida, com esta nova personagem.

2 comentários:

Taline Libanio disse...

Em homenagem a este alguém, que coloriu uma agradável tarde de sábado...Palavras escritas para eternizar boas recordações...

Com carinho! ;)

Paulo disse...

Nossa que texto hein tah?
Grandes sentimentos! Pena o amanha ter que ser outro dia hehe. Entre idas e vindas nao é mesmo?! haha
Bjos