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domingo, 31 de agosto de 2008

Saci-pererê ou Saci-longuinho?



Ainda tento recordar o que levou ao início dessa prosa. O fato é que sete pessoas e ½ na mesa de uma lanchonete, após cinco horas na mesa de um bar, em pleno sábado pós-carnaval, embriagados por sucos de pêssego, laranja, acerola e a requintada limonada suíça, poderiam naquele momento se reportar a qualquer assunto, inclusive a este: o Saci.
- Mas e você? Acredita em saci?
- Eu acredito, desde criança. Já vi o Saci dar nó na crina de cavalos da noite para o dia, até trança ele deixava.
- Trança? Ah! Sua avó é que fazia os nós e te dizia que era o saci.
- Você já viu um saci?
- Ver? Bem, ver, ver, eu nunca vi, mas que ele existe, ele existe.
- O que é um saci?
Pausa e início de explicação ao espanhol do grupo. Começando pela palavra folclore e em seguida pela descrição do ser da natureza.
- Você conhece gnomo?
- Gnomo? Não, o que é?
- Duende?
- Ah sim, conheço.
- Então, o saci é um duende brasileiro, só que com uma perna só e negro.
- Ele também fuma cachimbo e usa uma touca vermelha, como o papai-noel, e não usa roupa. Não é “o coisa ruim” não viu? É só o Saci.
Olhos arregalados e um “hum” bem longo, imaginação a todo vapor.
Acreditando que a explicação tinha sido suficientemente clara voltamos à discussão, desta vez com seis pessoas e outras duas ½ pessoas na conversa, visto que o espanhol preferiu assistir TV, a tentar acompanhar a conversa que até piada já tinha virado:
- Então, estava lá o saci com a saci no rala - e - rola, quando ele vira para ela e diz: amor, fica de três!
Risos, gargalhadas, espasmos musculares até que surge a dúvida:
- Mas existe “a” saci?
- Claro! Você acha que eles se reproduzem como? Botam um ovo e chocam?
- Eles não têm que se reproduzir, são seres da natureza, apenas nascem e puf! Pronto!
- Não acho não, todo ser, inclusive da natureza, se reproduz, até o saci.
- Vai ver que ele tira seu sucessor da touca, vai saber...
Risos, dúvidas, até que o espanhol volta à conversa – sete pessoas e ½, já que o ½ continua desligado, com a antena em outra estação, sono ou desilusão o fato é que ele perdeu toda esta riqueza cultural.
- Mas o que faz o saci?
- O saci não faz maldade grande, mas não existe maldade pequena que ele não faça! Adora uma arte, esconde coisas, bagunça gavetas, gosta de criar confusão e ver o circo pegar fogo.
- Mas ele ajuda a achar coisas perdidas também, quando perco coisas peço para o saci achar.
- Ah não, ele é concorrente de São Longuinho então?
- Podem ser da mesma família, porque estamos falando do Saci legítimo, o Saci-pererê, mas pode ser que exista o Saci-longuinho, o Saci-magaiver, o Saci-norris, podem ser todos da mesma espécie.
- Ou talvez sejam sócios, um esconde e o outro acha.
- É mesmo e os pulinhos pagos a São Longuinho pelo achado são divididos com o Saci que economiza os dele.
Risos, mais risos e a mão na consciência.
- Cada assunto minha gente!
Risos e silêncio.
- Acho que passou um saci.
Risos e a conta garçon, por favor!
Ilustração de: Gabriel Vicente.

sábado, 23 de agosto de 2008

A caçadora de vaga-lumes


Era um rancho como qualquer outro, mas para uma garota de sete anos criada na zona urbana, com medo de aranhas e com pavor de mosquitos era um misto de excitação e terror.
Lembro-me bem dos finais de semana que passávamos lá, eu, minha irmã, minha avó e minha tia. Os poucos quilômetros que separavam o rancho da cidade pareciam milhas de distância para mim na época, era como se a civilização desaparecesse toda vez que entrávamos naquela estradinha de terra.
Abrir a porteira velha e fechá-la era castigo, ninguém gostava de descer da carroceria da caminhonete, então, costumávamos tirar par ou ímpar, geralmente eu perdia, logo eu que nunca ganho nem pano de prato em bingo de Igreja, ganhar no par ou ímpar seria mesmo demais. Mas tudo bem, a recompensa era chegar primeiro na entrada do rancho, sentir o cheiro da relva molhada pelo orvalho e olhar para aquele pequeno pedaço de terra que mais parecia uma imensidão. Olhava cada detalhe, tentando descobrir o que havia mudado desde a última vez que lá estivera.
Conferia a grama, nem sempre aparada e verdinha, mas sempre coberta por plantinhas que faziam nossa alegria: Dorme - Maria! E lá íamos nós, em volta da casa repetindo a frase e batendo os dedos em cada folha da plantinha que se fechava imediatamente. Checava o largo rio que cortava toda a área do rancho e já analisava se era um bom dia para fazer barcos de palha e folhas de bambu ou não. Logo depois corria para atravessar a pequena ponte de madeira, que costumávamos chamar de: a ponte do rio que cai, na verdade, caía mesmo, toda vez que o rio enchia demais lá se ia a ponte. Em seguida, gostava de encher os pulmões, abrir os braços, olhar para o alto e girar, enquanto era observada por uma fileira de árvores gigantescas, como soldados nos reverenciando e dando as boas-vindas.
Adorávamos ir bem cedinho para aproveitar cada minuto do dia, mas o melhor mesmo era o anoitecer – espaço para todos os tipos de histórias, inclusive para as primeiras de terror que me tiraram o sono.
Nunca tive coragem de dormir lá quando criança, era assustador, mas esperar até o anoitecer tinha uma recompensa valiosíssima, podíamos caçar vaga-lumes. Que delícia! Ficávamos na espera da escuridão total para que as luzes verdes começassem a aparecer, eram muitas, mal sabíamos para onde correr, minha tia ensinava como nos aproximar sem assustar os bichinhos, e lá íamos nós, com uma caixa de fósforos vazia caçar vaga-lumes.
Cada inseto aprisionado era colocado no pote transparente, ainda no escuro, quando conseguíamos uma boa quantidade, levávamos o pote para o meio da relva e abríamos a tampa, que espetáculo, pareciam dezenas de pisca-piscas desenhando no céu.
Um dia decidimos guardar alguns para vê-los no claro e foi esse um dos que considero meus maiores erros. Desde aquele dia perdi o encanto por vaga-lumes, era um inseto sem graça, não tinha aquela lanterna no traseiro como nos desenhos, nem cara de muitos amigos, senti mais asco e medo do que alegria ao vê-lo na luz, sem contar que ele não piscava longe da escuridão. Caçar vaga-lumes desde então, nunca teve a mesma graça, até o espetáculo ao abrir o pote de vidro perdera parte de seu brilho.
Hoje, alguns anos depois, vejo que não tenho mais a mesma habilidade para caçar vaga-lumes, nem mesmo vontade de fazê-lo, e quando fico nostálgica, prefiro lembrar-me do que sentia antes de conhecê-lo verdadeiramente, pois, as impressões eram melhores e me traziam mais alegria.
Creio ainda que grande parte das minhas desilusões e desesperanças atuais foram criadas por este mesmo erro cometido na infância. Muitas vezes vivemos momentos de extrema alegria e prazer que podem ser ofuscados quando quebramos expectativas criadas por nós mesmos.
Imaginar que o vaga-lume era como das histórias em quadrinho me fazia bem, mas não era real e conhecer a verdade não foi muito agradável. Assim, muitas vezes ao criarmos expectativas em relação a algo ou alguém nos esquecemos de que nem tudo é tão certo ou perfeito como imaginávamos, ou como gostaríamos que fosse e que estas ilusões podem ser quebradas por um motivo simples: somos humanos e vivemos em uma realidade que tende constantemente a cristalizar ações, pessoas e sentimentos, nos tornando cada vez menos crianças e cada dia mais adultos, infelizmente.
Ressalvo, contudo, que evitar criar expectativas não é sinônimo de deixar de sonhar, ou fechar-se para o mundo e todas as surpresas que ele nos reserva, significa apenas que devemos deixar as coisas acontecerem a sua maneira e as pessoas se apresentarem como são, antes de pintá-las da nossa cor preferida, assim, é possível evitar desilusões e promessas nunca feitas e por isso, jamais cumpridas.
Resta-nos, pois, viver cada instante e olhar esporadicamente no baú do passado para aproveitar as boas recordações e encontrar nas entrelinhas algumas respostas para as angústias de hoje. Que tal tentar? Você se lembra de alguma história da sua infância que te disse boas-vindas, mesmo que de forma amarga, ao mundo chato dos adultos? Posso apostar que sim...

sábado, 16 de agosto de 2008

Mais vale um sapo na mão do que um príncipe te procurando...


Em um reino muito distante, há muito tempo atrás, viviam todas as princesas e príncipes do mundo. Era um reino muito feliz. Cheio de campos floridos, castelos coloridos e amores perfeitos. Os príncipes e as princesas eram mesmo felizes (para sempre), viviam cavalgando em seus cavalos brancos, recitando poesias e vendo o nascer e pôr-do-sol.
Os dias eram sempre lindos, céu azul, com aquela brisa leve e o orvalho de madrugada. A harmonia era predominante, não havia briga, inveja e nem desilusões, afinal, ali estavam todos os príncipes e princesas do mundo.
Um belo dia, uma das princesas decidiu partir para um reino distante, queria conhecer coisas novas, encontrar outras pessoas, queria se divertir e sentir outros sabores. Esqueceu-se, contudo, de que todo sabor prevê um dissabor e novos encontros podem com o tempo virar grandes desencontros.
Chegou em um lugar bem diferente do reino em que vivia, sentiu a chuva forte pela primeira vez em seu rosto, não gostou do frio, achou agradável o cheiro dos alimentos que eram cozidos em algum lugar por ali, ficou assustada com algumas imagens e sons, gostou de algumas pessoas, apaixonou-se intensamente por uma em especial e sentiu o amor humano pela primeira vez em sua vida. Chorou, sorriu e achou que ia morrer quando teve sua primeira desilusão, sentia o coração partir-se e aquela dor que apunhalava por dentro, maior que todas as dores que já sentira. Arrependeu-se, então, de ter partido. Que gosto amargo tem esse amor, pensou. Decidiu retornar ao reino encantado e partilhar suas emoções.
Chegou ao reino e percebeu que tudo havia mudado. Os campos estavam sem flores, os jardins sem cor, os castelos vazios. Foi quando viu escrito nas nuvens que sua partida havia causado mudanças sérias no reino e que ali não era mais seu lugar.
Soube então que após sua partida todas as princesas e príncipes foram mandados para reinos diferentes, cada um em um lugar do planeta, em países, cidades e bairros bem distantes e que teriam a missão de usando apenas seu amor reencontrar-se.
Desde então, todos os príncipes e princesas do reino encantado vivem entre nós. Vagam pelas ruas a procura da sua metade, enganam alguns corações achando ter encontrado sua alma-gêmea, deixam de viver algumas paixões com medo de trair esse amor eterno e sentem bem no fundo de sua alma que em algum lugar do mundo, alguém sente a mesma nostalgia que eles, uma saudade de alguém que não sabem quem é, pois, não vieram com a memória do reino para cá.
O belo disso tudo é que eles não desistem, às vezes morrem em busca desse amor. Às vezes a ilusão os domina e enganam-se com medo da solidão com uma paixão vazia qualquer, mas a verdade é que todas as noites sonham e renovam a força desse amor. Esse amor que para muitos de nós é simplesmente: utópico.
- Sabe amiga, acho que minha princesa está fugindo de mim. Não a encontro em nenhum lugar!
- Aposto que aquela sem-vergonha fugiu de você com meu príncipe para algum lugar!
- Será?
- Com certeza! E os dois devem estar se divertindo e rindo muito da nossa cara agora.
- Princesa safada!
E é o fim. Moral da história: Mesmo com tantos sapos disfarçados de príncipes e de príncipes com cara de sapo o amor ainda existe e vai continuar te procurando, o problema é que ele é cego e talvez demore a eternidade para te encontrar. Desse modo, fica a sugestão: Quem não tem príncipe, caça com sapo!

sábado, 9 de agosto de 2008

Corações partidos e hambúrgueres!







Conversando com um querido amigo um dia desses me surpreendi quando ele disse que eu deveria escrever um livro sobre os homens, ou melhor, sobre relacionamentos, pois, segundo ele, esse era assunto predominante nas minhas crônicas. Mais surpresa fiquei quando ele disse que me achava uma mulher antiga quando o assunto era relacionamento.
- Antiga? Como assim antiga?
- Bem. Digamos que você é um misto de mulher moderna e antiga. Moderna quando se trata da sua vida profissional, pois é independente e luta pelo que quer, mas antiga para as coisas do coração.
- E isso é ruim?
- É que eu prefiro sempre as mulheres no comando, em tudo. Mulher para presidente, mulher para dirigir, enfim, mulher não pode ser dependente de homem, a gente não evoluiu ainda! Mas você quer um homem.
- Um companheiro? Sim, eu quero.
- Pois é você se torna dependente assim.
Esse breve diálogo me fez pensar no quanto podemos ser livres e dependentes ao mesmo tempo, e isso tudo porque somos nós que fazemos nossas grades e as pintamos da cor que achamos melhor, isso quando não as deixamos descascar com a rotina.
Mas enfim, na verdade pensei mesmo no porquê de escrever tanto sobre relacionamentos e cheguei à conclusão de que escrevo porque as pessoas gostam de ler sobre isso, tanto quanto gostam de se apaixonar ou saber que alguém, mesmo que em outro canto do planeta, está sentindo a mesma coisa que ela sente ou já sentiu um dia.
Além disso, as mulheres têm mais facilidade de falar sobre seus sentimentos, já os homens não admitiriam ter levado um fora, ou viver uma desilusão por nada neste mundo, nem para o melhor amigo, o que dirá para um blog de acesso público como esse.
- Escrever é ótimo, se fosse você escreveria também, deve ter muita história para contar, ainda mais agora que está vivendo em outro país.
- Daqui pode até ser, mas não é sobre isso que gostaria de escrever, na verdade nem sei se quero escrever sobre alguma coisa.
- E por que não fala sobre as mulheres? Já que diz que eu falo tanto sobre os homens...
- Escrever sobre meu “sucesso” com as mulheres e meus relacionamentos?
- Exatamente! Eu não faço sucesso nenhum com os homens, mas isso me trouxe inspiração, por que não tenta?
- Eu? Nunca!
Como eu dizia, os homens jamais admitirão publicamente suas frustrações, pois como diz esse meu amigo, a frustração e a infelicidade são dele e de mais ninguém.
Aqui está mais uma grande diferença entre os homens e as mulheres. Mesmo após o término de uma relação, as mulheres tendem a viver uma dor dupla, pensam no outro e em como ele está, mesmo se for para odiá-lo ao saber que está bem, já os homens continuam individualistas, pensando neles e só neles, às vezes pensam no jogo de futebol do próximo final de semana e em qual amigo irão convidar para acompanhá-lo já que seu ingresso agora está disponível. E isso não quer dizer que ele não se importava com o relacionamento de vocês, mas os homens são mesmo assim, mais objetivos e indiscutivelmente racionais.
- A gente não nasceu para ser monogâmico, somos animais, apesar de sentir ciúmes e tudo. Somos animais com sentimentos. Você não pode querer uma pessoa só para você, porque ela nunca vai ser só sua.
- Você está falando de traição?
- Não, estou falando que a maior parte, de todos os relacionamentos, dará errado.
- E por que acha isso?
- Matemático.
Pois bem, os homens adoram uma probabilidade, sempre saberão qual a chance de seu time ser campeão, mas dificilmente pensarão nas chances do namoro virar casamento. Saberão calcular as chances de chegar a tempo em casa para ver o “show do intervalo”, mas nunca entenderão a diferença que aquele minuto a menos fez na sua maquiagem. Contarão as moedas para mais um hambúrguer, mas dificilmente comprarão para você um botão de rosa vendido em restaurantes. Os homens são assim, meramente racionais. E sem querer generalizar, diria que a maioria deles, confia mais nas probabilidades do que em seu próprio coração.
E olha eu aqui, novamente, falando sobre eles!

sábado, 2 de agosto de 2008

Romano






Seria ele um herói ou um desbravador da antiguidade? Seria um sábio ou um criador da Roma antiga? Seria ele um poeta ou um músico, ou ainda quem sabe um Imperador?
Na verdade não sei responder. Mas posso afirmar que bem longe disso tudo, Romano é um homem comum.
Um homem maduro, alto, forte, nem gordo, nem magro, pele clara e olhos castanhos, sorriso bonito. Asseguraram-me ainda que tem mãos bem cuidadas e que se veste bem. Além disso, soube que gosta de futebol, que freqüenta academia e ouve boa música.
Contudo, não posso afirmar ser verdade ou não, pois, nunca o vi. Nem por fotos. Mas já criei algumas imagens a seu respeito, talvez de curiosidade ou especialmente por ele ter sido assunto de boas horas de uma conversa com uma das pessoas que mais tenho apreço nesta existência.
Soube ainda que Romano trata-se apenas de um sobrenome, isso me causou alívio, pois se fosse um apelido seria assustador! O nome não cabe aqui informar, mas é um belo nome. E por que sei tanto de alguém que não conheço? Bem, isso é melhor você perguntar para minha amiga e para o namorado dela que iniciaram essa prosa. Simplesmente me olharam e disseram que eu deveria conhecer o Romano.
Achei no mínimo estranha toda essa história, mas ultimamente não tenho me assustado muito com coisas vindas da humanidade, então pensei, conhecer o Romano, por que não?
Um dos motivos que me impedem, além de não saber da veracidade destas informações, é conhecer alguns detalhes que atrapalhariam qualquer apresentação, no entanto, penso que se fossemos apresentados faria a ele outras perguntas...
Você prefere o sol ou a lua? Você já contou estrelas? Já sentiu o perfume de uma rosa? Prefere um beija-flor ou um tucano? Gosta do cheiro da terra molhada? O que te traz alegria? O que te faz chorar? Você prefere morango, chocolate ou pistache? Praia ou campo? Cinema ou barzinho? Você é romântico? Você faria tudo por amor? Você gosta de esportes radicais? Você sabe amar?
E no minuto seguinte, após o breve e direto interrogatório, teria algumas respostas, mas a maioria delas estaria representada por um silêncio profundo. Seria, então, o momento de olhar bem fundo em seus olhos e descobrir realmente que homem é este, que atende pelo nome de Romano.
As demais respostas escondidas no silêncio poderiam surgir com a presença do deus do amor romano, um tal Cupido. Caberia a ele direcionar suas flechas – que costumeiramente partem corações, ou simplesmente bater suas asas. Qualquer destas atitudes seria suficiente para acalmar um coração que, por obstinação ou apenas curiosidade, cria expectativas toda vez que se apresenta a ele alguém, como o Romano, que pode – até que se conheça de verdade, ser pintado de qualquer cor.