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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pior que o não...


“Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz” (Abraham Lincoln)

A vida nos prega algumas peças que nos faz pensar no porquê de certos acontecimentos e ações. Por vezes fazemos coisas que nunca deveriam ter saído do mundo das ideias e tão logo elas se concretizam viram um mar de arrependimento e conflitos.
Tenho me questionado nos últimos dias sobre o que tenho feito e o que deveria ter sido feito. O problema maior está no fato de muitas coisas acontecerem sem o meu consentimento. Geralmente é assim, quando menos se espera, sem nem mesmo aceitar lá está ela, outra situação posta. Algumas admito ter provocado, mas grande parte delas aparecem sem avisar, causando um grande transtorno.
Quando situações desse tipo acontecem geralmente são permeadas por dúvidas e tomadas de decisão. Acontece que em grande parte das vezes uma decisão vai interferir no rumo da vida de um monte de pessoas. É a velha história do alfinete caído aqui que pode provocar um furacão no Japão.
Nessa hora a dúvida impera e o medo de fazer a escolha errada, de machucar pessoas, de se arrepender parece tomar conta de todos os nossos sentidos, e digo todos, pois o sono demora a chegar, o apetite desaparece e até a respiração se altera.
Nunca tive tanta certeza de estar em dúvida como agora. Nunca esperei tanto uma atitude de outra pessoa para esclarecer minha dúvida. Acontece que sei que enquanto acreditar nisso, vou continuar me enganando.
Decisões preveem inevitavelmente renúncias e escolhas.  E a consequência de cada uma delas será de nossa inteira responsabilidade. Esperar do outro nessas situações é tapar o sol com a peneira, esconder a insegurança em um véu de tule.
Algumas pessoas acreditam que uma decisão pode ser revertida a qualquer tempo e isso faz com que se precipitem, se machuquem e se arrependam. Contudo, creio que uma decisão tomada jamais será reversível. Você pode até vivenciar novamente a mesma situação, com as mesmas personagens, mas o impacto da escolha não será o mesmo dessa vez, pois todos estão cheios de histórias, lembranças e cicatrizes. E é isso, na minha opinião, que faz com que todas as decisões sejam tão difíceis e importantes.
Arrependo-me de poucas coisas nessa vida. Creio que apenas uma delas teria mudado de forma radical minha vida. As demais poderiam ter causado uma emoção aqui, uma lembrança ali, uma lágrima acolá, mas nada que me fizesse lamuriar até a eternidade.
A escassez de arrependimentos deve-se ao fato de fazer quase sempre o que tenho vontade e não pense que isso é sinal de coragem e segurança, longe disso. Acontece que algumas coisas mal resolvidas me amarram, então prefiro deixar tudo às claras, para conseguir seguir.
Geralmente prefiro arriscar o sim a ficar na espera do: quem sabe um dia. Na minha modesta opinião, pior do que o não é o talvez. Pior do que o não viver é pensar todos os dias: e se eu tivesse vivido. Pior do que o deixar para depois, é a incerteza do amanhã.
Algumas pessoas contam que o tempo será capaz de auxiliá-las a tomar algumas decisões, mas cá entre nós, acredito que o tempo é um ajudante perigoso. Ao mesmo tempo em que pode contribuir para amadurecer um sentimento e uma certeza, costumeiramente tem a mania de deixar aos poucos tudo apagado, sem cor, até que caia no esquecimento e se torne num belo dia, mais um: “e se”, na nossa curta existência.
Ando cansada de tomar decisões, mas o que é a vida se não um emaranhado delas. Desde a roupa que vou vestir quando acordo, até a hora em que programo o despertador antes de dormir, tudo se resume a um mar de decisões.
Quando a decisão depende exclusivamente de nós, apesar de nada fácil, se torna mais simples, o problema é quando está diretamente ligada a atitude de outra pessoa. Nesses casos parece que só mesmo uma boa mágica para solucionar o problema e quando falo disso, penso que algumas coisas deveriam desaparecer ou nunca ter acontecido, assim evitariam essa inquietação que tira até o meu sono e confunde o ar enquanto respiro...

Um comentário:

Taline Libanio disse...

Texto publicado no Jornal Democrata de São José do Rio Pardo/SP, no dia 18/05/13.

Aguardo comentários!^^