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domingo, 19 de agosto de 2012

A virada!



Lembrei-me esta semana de uma viagem incrível que fiz para o Uruguai no final do ano passado. Conhecer outro país nunca esteve nos meus planos, ainda mais na época de comemorações de final de ano, mas eis que surgiu a proposta e a viagem aconteceu, fluiu da melhor maneira possível e nem mesmo a pouca fluência no espanhol ou o medo de avião foram capazes de tirar seu brilho.
Tenho inúmeras histórias para contar dos dias em que fiquei em terras uruguaias, antes de passar para o território argentino, onde conclui a viagem, mas hoje me prendo a um acontecimento que foi inesperado e que tem sido relembrado com constância nos últimos dias, devido a uma vontade incontrolável de dar uma virada na minha vida.
Na metade do ano de 2011 havia passado por uma consulta com um astrólogo que disse que 2012 seria o meu ano. Acreditei tão forte nisso que jurei começar o ano com o pé direito, desprovida de pré-conceitos e do passado, aberta a coisas novas que tornassem esse ano, realmente memorável... E que melhor jeito de começar senão estando em um país diferente, rodeada de novas pessoas e de costumes locais um tanto quanto peculiares?
E foi assim, despida dos meus costumes, crente nos astros que garantiram ser 2012 o MEU ano e carregada de expectativas, que me dirigi no dia 31/12/2011 a um Pub Alemão, no centro de Montevidéu/Uruguai, para os festejos de réveillon.
Chegamos ao Pub Bremen por volta das dez e trinta da noite, lugar pequeno, mas aconchegante. Repleto de turistas do mundo todo: alemães, americanos, argentinos, uruguaios, brasileiros, australianos, irlandeses, mexicanos, gente de todo canto, cada um com seu costume e motivo para comemorar a virada do ano.
Tão logo chegamos fomos presenteados com uma garrafa de champanhe e nos serviram uma bebida doce, colocada em uma taça de licor de plástico.  Pouco antes do relógio anunciar meia-noite o lugar se encheu de luz, eram tantos fogos de artifício, apontados em todas as direções, inclusive para nós, que me senti em um cenário de bangue-bangue. Um costume que me deixou assustada, mas me causou encantamento. Foram abraços e desejos, em muitas línguas, de um ano novo próspero e cheio de realizações!
A festa logo começou e fomos convidados a participar de jogos organizados pelo dono do Pub para integrar os convidados. A princípio achei a idéia interessante, mas não me atrevi a participar de nada, até que surgiu o convite para participar de uma queda de braços. A brincadeira tornou-se um desafio e me inscrevi para a competição. Qual não foi minha surpresa quando na primeira hora do dia 01/01/2012 estava em uma mesa, em um Pub alemão, no Uruguai prestes a tirar queda de braço com uma turista, pasmem, argentina.
A “luta” acontecia dentro do Pub e era transmitida em um telão, ao mesmo tempo em que era narrada pelo dono do bar. Lembro-me que ao anunciar a origem das competidoras, o bar se encheu, todos queriam presenciar a rivalidade histórica de Brasil x Argentina, mesmo que em uma queda de braços feminina. Brasileiros que eu nunca tinha visto gritavam meu nome, americanos e uruguaios apoiavam e argentinos vaiavam. Foi hilário.
A brincadeira durou pouco mais de três minutos com uma vitória memorável da brasileira aqui, seguida por muitos cumprimentos, abraços e risadas. Garanto que posso passar por viradas de anos incríveis até o final da minha vida, mas dessa jamais me esquecerei.
Acontece que pouco depois da confraternização, nos dirigimos para uma danceteria em um bairro próximo ao centro de Montevidéu, e no meio do caminho, na segunda hora e meia do dia 01/01/2012 eu cai.
Levei um tombo histórico, digno de vídeo cacetada e enquanto estava ali, estatelada no chão, tentando me reerguer, sentindo o sangue escorrer dos joelhos e das mãos, me lembrei da luta e logo em seguida do astrólogo e pensei: Mas que belo jeito de começar o MEU ano!
Meus amigos me levantaram do chão e eu ri. Gargalhei, alto, sentada na praça principal de Montevidéu, com os joelhos ralados, na madrugada do primeiro dia do ano, após vencer uma argentina em uma queda de braço em um Pub Alemão. Era inacreditável!
Não foi aquele tombo que me abateu, muito menos os hematomas que se apresentaram nos dias seguintes ou os ralados por todo o corpo, que mudaram a cor da viagem, mas nesta semana, depois de um início de ano tumultuado, cheio de tropeços e puxões de tapete, sem nenhuma surpresa boa, sem nada que me fizesse abrir a boca e dizer: esse é o MEU ano,  lembrei-me forte daquele dia. Lembrei-me de cada sensação vivida, e percebi que apesar de ter me ferido, não trouxe nada de ruim daquela virada, nada que pudesse ter escurecido meu espírito ou acinzentado meus dias.
Estamos em agosto, mais perto do final do ano do que de seu início e depois da glória e da queda nas primeiras horas desse ano, ando me perguntando: qual será o caminho da conquista? Quando irão começar a surgir as respostas? Quantas quedas mais serão necessárias?
E foi nesta semana, depois de uma crise existencial intensa, que me fez repensar tudo em minha vida (onde vivo, com quem me relaciono, no que trabalho, com que gasto meu tempo e dinheiro), que tive um sonho daqueles que são maiores que intuições e acordei com esta mensagem: “calma, coroas de louro serão colhidas no final”.
E foi então que não encontrei respostas, mas comecei a mudar as perguntas e boas coisas começaram a acontecer... Calma, surpresas boas tem invadido meus dias. Calma, certezas estão prestes a me encontrar. Calma, quedas precedidas por vitórias são sinônimos de superação. Calma, machucados transformam-se em cicatrizes para nos exercitar a resiliência. Calma, a hora da virada chegou e é agora!
Virada, praticamente do avesso, foi assim que iniciei meu ano e agora, perto do seu final, me apego nas lembranças das primeiras horas  e acredito na intuição enquanto busco o recomeço, não no futuro, mas no hoje, no agora, no MEU ano, nos meus dias de vitória, de quedas, de transformação, que serão em breve cobertos pelas coras de louro e trarão tantas alegrias quanto as vividas naquela noite quente de réveillon...


5 comentários:

Taline Libanio disse...

Texto publicado no Jornal Democrata de São José do Rio Pardo/SP, no dia 18/08/12.

Aguardo comentários!:)

luis disse...

Por isso que sou seu fã!!!rsrsrs

Fernanda disse...

Eita amiga vitoriosa!!

Ana Flávia disse...

Tatá,

Eu aposto o início das mudanças dia 16 de setembro e você? =)

Saudades!

Márcia disse...

Dorei...bju.