Vote aqui! :)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Água com açúcar...


Assisti a uma comédia romântica nessa semana daquelas bem docinhas, estilo água com açúcar, marcas registradas da sessão da tarde e que são infalíveis para deixar qualquer mulher totalmente desiludida quando chegam ao fim.
Um filme daquele tipo em que você fica atento a cada detalhe e se pergunta a cada minuto: Será que isso existe na vida real? Aquele filme onde a mulher linda, inteligente, bem sucedida está totalmente livre, à espera do príncipe encantado, mesmo sendo a atriz mais linda de hollywood, o que no filme não parece nenhum absurdo pois no final ela encontra um cara lindo, rico, romântico e totalmente louco por ela.
Toda vez que assisto a esses filmes fico deprimida. Sempre fico me perguntando: Mas será que na vida real existe um amor assim?! Será que isso realmente é possível ou provável? E sempre, fatidicamente, inevitavelmente eu me envolvo nos meus sonhos de um grande amor e desligo a televisão resmungando algo que reproduz minha sensação de descrença: Ah! Quanta bobagem!
E sempre foi assim, mesmo quando estava namorando, apaixonada, envolvida, sempre me senti assim no final desses filmes. É algo que sempre me cutucou. Não sei muito bem por que, mas é certo que essas histórias de amor perfeitas demais sempre me incomodaram. Na vida real nada é assim tão simples, nenhuma história se desenha em cento e vinte minutos e dificilmente um homem lindo e sensível como aqueles dos filmes tropeçará em você e te carregará para o altar.
Sem contar que a maioria dos protagonistas destes filmes tem um histórico de muitas mulheres ou de uma decepção amorosa em sua vida antes de encontrar a mocinha perfeita e se apaixonar perdidamente. Mas cá entre nós, você já conheceu algum homem real que decidiu deixar de ser mulherengo ou voltou a confiar em uma mulher depois de uma decepção para viver um grande amor?! Parece piada não?!
Provavelmente alguns leitores do sexo masculino que acompanham esta coluna poderão me tachar de feminista ou generalista, mas a verdade é que eu nunca conheci um cidadão desse tipo. Quando algum homem resolve assumir um compromisso ou é porque nunca se decepcionou antes, ou porque sempre preferiu viver a dois, assumindo todos os riscos de uma relação e esse segundo tipo de homem geralmente é muito romântico, mas carente.
Os homens que realmente buscam uma união estável, uma família e que acreditam mesmo no amor dificilmente vão aparecer na sua vida, pois já estão comprometidos ou não vão te seduzir tão facilmente, sabe por quê? Porque até esses homens raros tem defeitos, geralmente muitos, como todos nós e isso acaba com todo e qualquer conto de fadas.
Se os filmes de hollywood tivessem continuação provavelmente não durariam muito mais do que dois ou três capítulos. Uma hora ou outra a essência humana iria se sobrepor e quando começássemos a nos identificar com os personagens da telona provavelmente perderíamos o interesse pelo enredo dos filmes, pois o que nos chama atenção é justamente o que não nos é familiar, aquilo que temos como modelo, como ideal, mesmo com a certeza de que nunca sairá do imaginário.
O fato minha gente é que romances perfeitos não existem pelo simples fato de que as pessoas perfeitas também não! Todos nós, homens e mulheres estamos muito mais sujeitos a errar do que a acertar e geralmente temos a péssima mania de dar valor maior para os defeitos do que para as qualidades dos que nos rodeiam. É mais ou menos assim: Ele te levou para jantar no aniversário de namoro, te fez um elogio quando colocou um vestido novo e te fez um chá quando estava morrendo de cólica, mas tudo bem isso não é mais do que a obrigação dele. Agora se o santo homem te deixa esperando quinze minutos, fala um ou dois palavrões enquanto assiste o futebol ou solta um arroto na mesa, pronto! Ele não é mais o homem dos seus sonhos...
O príncipe vira sapo com tanta facilidade... E digo isso porque comigo também é assim. No começo do namoro, no período de conquista é tudo uma maravilha, todas as qualidades e encantos são colocados na mesa, que fase mais gostosa, mas a realidade, aquela capaz de sustentar uma união pela “vida toda”, não demora muito para aparecer e quando surge, traz todos os medos, os receios, os defeitos e, sobretudo a essência daquela pessoa encantadora que você acabou de conhecer.
Vivemos procurando a pessoa certa e geralmente esquecemos que nem nós nos suportamos todos os dias, que audácia é essa de acreditar que alguém tem que nos aceitar do jeitinho que somos e mais que isso, se moldar aos nossos desejos só para que um conto de fadas vire realidade?!
Quando assumimos o desejo de viver a dois, acatamos o risco de ceder e receber muito de nós e um pouco do outro e vice-versa, em um ciclo que permite o equilíbrio entre o que temos de melhor e pior. E é por isso que não suporto essas comédias água com açúcar... Nesses filmes não existem riscos, não existem defeitos, nem receios. A vida não é assim, por mais leve que se escolha levá-la, sempre terão obstáculos capazes de nos tirar o eixo por vezes e por outras de nos fazer desacreditar de tudo, até mesmo do amor.
Eu ainda não cheguei a este ponto, confesso inclusive que tenho me apresentado a este sentimento de forma mais cautelosa ultimamente, e tem sido bom. No dia a dia os defeitos não parecem monstros de filmes de terror e as qualidades assumem um gosto bem mais saboroso do que simples água com açúcar, o que vale é a nossa vontade de viver o certo, mesmo que ainda não tenhamos toda a certeza do mundo ou que ainda exista aquele medinho de que se esteja vivendo o certo com a pessoa errada.
“É louco, é pouco
De ego e de vaidade
A gente fica cego
E não consegue ver
O óbvio, o todo
O que é de verdade
E num minuto
A gente põe tudo a perder
Eu sei que, eu não sei de nada
Eu não entendo nada
Do que eu sinto por você
Será que eu fiz a coisa certa
Com a pessoa errada
Como é que a gente vai saber?”
(A pessoa errada - Paulo Ricardo)

2 comentários:

Anônimo disse...

Taline, filme água com açúcar é ficção e não vale nos revoltarmos e sim se divertir assim como os desenhos animados, um bestorol que distrai. Se não for por distração é melhor nem assistir. Um beijo, pati

Anônimo disse...

Tata, mas essa cronica è para mim? Homen perfeito, que busca relaçao seria, familia, e que ainda deixou todo o passado pra tras?
Principe encantado existe sim senhora, è so procurar... ou esperar

bjus xandy amooooooooooooo