Vote aqui! :)

domingo, 7 de agosto de 2011

Super Ação?! Não... Simples superação!



Acabo de chegar de São Paulo, é domingo, duas horas da tarde. Sai de casa na madrugada do dia, por volta das cinco da manhã a caminho de mais um concurso público. História que se findou há exatamente duas horas, mas que vem me consumindo há pelo menos duas semanas.
Apesar de estar trabalhando em um local que me garante estabilidade nunca deixei de prestar concursos, na verdade ainda não me sinto com o coração em paz, parece que ainda não é este o meu lugar então, todas as possibilidades que surgem de um recomeçar me incentivam a fazer provas e mais provas.
Desta vez podia ter escolhido concorrer em Sorocaba, Campinas, São Paulo ou outras cidades do Estado, mas por fim acabei optando pela capital, tendo em vista o número de vagas (quinze vezes maior que os demais locais) e por estar, no momento da inscrição, querendo fincar raízes em São Paulo por um motivo pessoal.
Acontece que neste mundo nada é previsível, em menos de um mês meu motivo pessoal desfez-se e a concorrência de lá se igualou a daqui e superou Campinas, me fazendo sentir raiva por mais uma escolha errada. Desde então estive pensando se deveria ou não fazer a prova, afinal, a desmotivação foi tanta que não me dediquei a estudar e o pior, teria que realizar a prova em São Paulo, às oito da manhã de um domingo.
Ir, não ir, fazer, não fazer, desistir, me arrepender... Depois de muito refletir a decisão por encarar a prova foi tomada. Passei então a decorar o mapa de São Paulo, do metrô e de seus arredores afinal, a caipira aqui, teria que aprender a se virar na cidade grande e desta vez sem a ajuda de ninguém.
Pedi dicas para alguns colegas que moram em São Paulo, recebi convite para dormir por lá, mas estava decidida a superar meu medo e enfrentar mais este desafio: não me perder na capital!
Para muitos pode parecer ridículo, mas nunca entendi muito bem aquele metrô, fico confusa com o sentido das linhas e ir e vir, muitas vezes me parecem caminhos idênticos. Mas desta vez parecia que tinha um anjo à frente me guiando, me dando confiança e garantindo que tudo corresse da melhor maneira possível.
No dia anterior à viagem organizei com calma minha mochila, me assegurando de que estaria levando tudo de que precisava, especialmente o mapa do percurso com duas possibilidades de rota, com nome das ruas e dos serviços nos arredores em destaque, sem contar o guarda-chuva, uma blusa de frio, barra de cereal, caneta, lápis, um par de luvas e um de meias (sempre tenho um par de meias extra na bolsa).
Tentei dormir, mas fui assolada por pesadelos, ansiedade é uma coisa terrível! Por fim, achei melhor levantar, tomar um banho, um café e esperar minha carona. Fui levada para a rodoviária por um amigo que nem tinha dormido ainda e, felizmente, não se importou de me deixar por lá às quatro e meia da manhã de um domingo.
Cheguei a São Paulo por volta das seis e meia da manhã, com uma garoa fina, que cessou tão logo desci do ônibus. Subi as escadas do terminal rodoviário, parei na bilheteria e me certifiquei de que estava no caminho certo, segui o fluxo e como se já tivesse feito aquele percurso por dezenas de vezes, entrei no metrô.
A viagem foi tranquila, rápida, sem imprevistos, procurei com atenção alguém com mapa em mãos ou com livros que indicassem sua ida para o mesmo local que eu, mas não tive sucesso nessa busca, o jeito era confiar na minha intuição e no mapa que estava desenhado na minha mente e bem guardado na mochila. Desci na estação correta, achei a rua onde realizaria a prova com facilidade e caminhei tranquila até o local, certa de que tinha superado um de meus medos.
Um só não, na verdade a superação foi além do medo de ficar perdida na grande cidade, superei também a vontade de reencontrar meu motivo pessoal, que estava ali tão próximo, praticamente palpável. Mas como dizem que há males que vem para o bem, tenho passado por um momento bastante delicado nas últimas semanas que me anunciou aos berros: é hora de colocar um ponto final na ilusão, na expectativa de um “se”, de outro “talvez”, é preciso viver e “já”.
Segui meu caminho em linha reta, sem olhar para trás, disposta a deixar o passado em seu legítimo lugar e recomeçar, cheia de coragem e de ação. Estou orgulhosa de mim, e já nem me lembro mais quando foi a última vez que isso aconteceu.
O resultado dessa prova, pouco importa, pois ganhei muito mais do que um novo emprego, ganhei autoconfiança, ganhei orgulho e um horizonte ampliado, tão amplo quanto a vista da janela do metrô que me fez acreditar que ainda há muito para se fazer, muito para se conhecer, há tanto que hoje posso afirmar: não preciso viver de passado...

9 comentários:

Taline Libanio disse...

Ao querido amigo Luis, que além de seu incentivo e amizade não se importou de ficar acordado até as quatro da manhã para me levar na rodoviária em uma madrugada chuvosa de domingo...
Com carinho! ;)

Isabel disse...

quando a gente percebe que superou o medo e deu muitos passos além... Ah! isso não tem preço... que felicidade, que alegria... Parabéns !!!

Lis disse...

Oi Tali tô muito feliz por vc ter conseguido enfrentar essa situação.Tô aqui p/ o q der e vier.Adorooooooooooo.Saudades.Uma ótima semana p/ vc.Bjs.

Luis F. disse...

Olá Taline!

Ah, fiquei feliz com a dedicatória! Para mim, ajudar uma pessoa tão dedicada, esforçada, com uma história de vida tão bacana como a sua é algo que sempre faço com maior orgulho e felicidade!
Beijos!

FM disse...

Grande Taline, o pulo no abismo não é fácil, mas ainda necessário. Um degrau hoje, soma um edifício em breve. Parabéns pela superação! O concurso não importa, afinal outros virão.
Sucesso.
Beijos

FM disse...

Um degrau, outro degrau, um tropeço, outro tropeço, um pulo no abismo, um sorriso, uma lágrima...ops, eis que você está lá.
Parabéns pela superação!
E não esqueça de anotar no caderninho de sucessos. É lá que buscamos a energia para o próximo desafio.
Bjs

Taline Libanio disse...

Fabiano, que bom ter você de volta por aqui!Adorei os comentários! E é isso mesmo, na superação de cada desafio que conseguimos força para eliminar outros obstáculos...
Beijo!

jorge cesar disse...

E PRA QUE VIVER DE PASSADO ?
O passado é bom sim , quando nos
faz lembrar coisas boas, a infância, os amigos, a familia.
Aquela inocência da idade.
Mas com o tempo , acabamos descobrindo , que OS NOSSOS MEDOS, nos impedem de irmos pra frente , nos estaca , nos tira a vontade de conheçermos coisas novas, amores, amigos, trabalhos novos.
Por isso ,antes de mais nada, precisamos perder o MEDO de tentarmos .
Se vai dar certo ou não , como sabe se nem tentou ?
Não deu ótimo , tb não fiz nada pra saber se daria certo ou não , mas tenho a certeza que jamais daria certo , já que não procurei descobrir se daria . kkkkkk
Percebemos ai a diferença , entre fazer algo e não fazer.
Se faço algo hj pra descobrir se deu certo amanhâ , tenho a opção de ficar pensando no positivo ou negativo . Mas se não fiz nada hj , como amanhâ pode dar certo .
NÃO EXISTE A POSSIBILIDADE DE ALGO DAR CERTO AMANHÃ SE NÃO FIZ NADA HJ . Por isso aprenda, pra que algo tenha dado certo hj , eu
teria que ter feito algo ontem .
De passado tb vive museus , histórias, mas elas já foram feitas por alguém antes.
Todos temos um passado, simplesmente por que vivemos ele .
beijos , Ta . parábens

ana flávia disse...

amiga, pode me agradecer tb... se eu não estivesse de plantão este dia e tivesse te acompanhado no metro, vc não teria do que se orgulhar hoje! foi tudo planejado... rs

amo vc!
bjus!