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sábado, 9 de julho de 2011

O que tenho de errado?


Nunca tive medo de escrever sobre meus sentimentos, nem mesmo fiz questão de escondê-los de quem quer que fosse, por acreditar que todos nós, mesmo aqueles que tentam se esconder, são mais transparentes do que água cristalina.
Cedo ou tarde sempre a capa cai. Hora ou outra sempre deixamos escapar nosso sentimento, naquele sorriso forçado, na lágrima que escorre sem querer, no nó que se forma na garganta. É inevitável! Quando se fala de amor ou da falta dele, não há coração capaz de segurar sua expressão, ela foge e fica ali, na vista dos olhos de qualquer um.
É por isso que novamente me coloco na porta da frente para fazer deste espaço minha terapia, meu aprendizado e poder com as entrelinhas desse texto, amenizar mais uma decepção amorosa.
Existem amores que não escolhemos viver, que chegam a cavalo, de forma fulminante, nos tiram do chão e nos fazem acreditar que aquela história de felicidade eterna não é assim uma bobagem. Chegamos a acreditar que os problemas não existem e que os passarinhos verdes realmente ficam ao nosso redor, nos fazendo rir de tudo, mesmo sem motivo aparente.
Mas (e sempre tem um “mas”), muitos amores – mesmo esses que parecem de novela, não se suportam e desmoronam tal qual castelo de areia num piscar de olhos. E o motivo para tanta desilusão é... Qual é mesmo? Hum... Ainda não descobri, mas estou em uma pesquisa intensa para o entendimento desse sentimento que vive no meu encalço, mas que praticamente desconheço: o desamor.
E quando digo que dele pouco conheço, é justamente porque a mim sempre coube a parte de amar demais, é tanto amor que nunca senti desamor por ninguém. Acontece que o fato de amarmos alguém não quer dizer que teremos esse afeto retribuído, e se nos retribuem, não necessariamente é na mesma intensidade, e é assim que o desamor acaba se instalando... Por vezes sem nem mesmo ter me declarado ele se apresentava e dizia: Cai fora, aqui não tem amor para você!
Inúmeras vezes tentei ignorá-lo e fingir que estava tudo sob controle, deixando os dias nebulosos para traz e trazendo mais motivos para sorrir do que para pensar na possibilidade de um: Adeus, cai fora, se manda, dane-se, some da minha vida...
Mas o desamor quando chega, não deixa espaço para sentimento colorido algum. É um tal de carregar a tristeza e a impotência para dentro do peito e mandar a alegria e a coragem embora que vou te contar.
E quando ele chega é um Deus nos acuda! Uma necessidade de encontrar culpados, de deixar arrependimento, de derrubar a autoestima, de injetar mágoa, dor, saudade... Tudo em uma intensidade assustadora, capaz de fazer com que a mulher mais linda do mundo sinta-se a pior delas, um lixo, um zero a esquerda, um nada.
E por vezes, ainda existe uma tentativa de nos fazer sentir bem, nos obrigando a ouvir frases do tipo: eu não te mereço! Você é extraordinária, mas...! Eu tenho certeza de que vou me arrepender, mas...! Você merece alguém que te faça feliz!
E para cada uma dessas frases nasce um emaranhado de perguntas, muitas vezes sem resposta, entre elas: o que tenho de errado? Por que comigo? O que foi que eu fiz? Será que ele tem outra? Se sou tão maravilhosa assim, por que está terminando? Vai se arrepender? Então não termina!
E quando as perguntas acabam, começa o terrível sentimento de culpa: Não devia ter ficado com ciúme aquele dia; Não devia ter saído com as amigas; Não devia ter pintado o cabelo; Não devia ter comprado aquele sapato (tudo, até mesmo o sapato, acaba sendo motivo para o desamor); e por ai vai...
Quem nunca passou por isso antes?! Se não passou, lamento, mas vai passar, é inevitável. Assim como o primeiro amor, o primeiro desamor também é alheio a planejamento, não se sabe como, onde, nem por que, mas um dia ele aparece. Quando chega só nos resta viver, cada um desses sentimentos até o fim, da forma mais eterna possível, para que as perguntas acima não tenham um peso tão significativo caso o final não seja feliz.
É claro que viver o amor é bem mais interessante do que curtir um desamor. Mas se ele chegar o que você vai fazer? Morrer?! Nananinanão! Levante a cabeça, recolha os cacos do chão, pegue uma supercola (colo de mãe e papo com amigos funcionam bem) e deixe seu coração impecável, pronto para outro amor (mesmo que isso signifique um desamor a cavalo como sequência).
A verdade é que sou prova viva de que o que não nos mata nos fortalece. Já me decepcionei tanto, tantas vezes, já me contentei com tantas migalhas de amor, já me dediquei tanto ao outro, esquecendo-me muitas vezes de quem eu era que hoje me vejo mais fortalecida do que nunca.
Cheguei a acreditar que havia perdido a capacidade de amar, depois de tanta desilusão, mas a vida se apresenta nova a cada dia e eu quero primavera no meu coração, mesmo que para isso tenha que fazer do desamor um companheiro insaciável.
Então é isso... Com certeza terei uma crise de baixa autoestima, vou chorar rios de lágrimas e passar por todas as fases do desamor já citadas anteriormente, mas o que realmente importa é que eu nunca vou deixar de sonhar. E um dia, vou viver um amor real, daqueles de dar inveja até em roteiro de hollywood, ah se vou!

“ (...)Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo...”
(Trecho do Poema: O Amor - Gibran Kahlil Gibran)

Ilustração disponível: www.umsabadoqualquer.com


8 comentários:

cristina rosas disse...

É..esse professor ensina com Amor..mas as vezes...pode doer. Muito estás aprendendo de ti mesma, parabéns!

Luis F. disse...

Taline,

Pior do que ter desiluções amorosas é temer tê-las por medo de se tê-las novamente...
Muito bom perceber a sua maturidade sentimental por meio de um ótimo texto (como sempre).
Beijos!

Anônimo disse...

Táa, eu como fã incondicional do amor..adorei o texto!é ótimo! sempre que vejo alguém falando de amor de uma forma bastante verdadeira, eu me sinto tocada..mexida, enfim..
parabéns pelo texto, ele me pareceu tão sincero que em alguns trechos imaginei vc falando..rs
eu ia escrever um comentário gigante sabe, pq em matéria de amor adoro comentar, mas deixa para um bate-papo qualquer hra dessas!
beijoss,

Tamara

Isabel disse...

é assim..
de amor e desamor que a gente vai vivendo e crescendo.
ainda bem que o inverno vai passar logo... que venha a primavera !!!
ela nos dá a esperança de dias melhores, coloridos e ensolarados. bjs.

Anônimo disse...

Provocação: Amor não é sentimento. É oportunidade. É oportuno amar alguém, porém quando não mais for possível a convivência harmônica, passa-se a frente. Cabe depois lamentar ou comemorar a oportunidade perdida.
O sentimento do amor está em casa, pai e mãe. O resto é oportunidade. A pessoa certa é oportunidade para o resto da vida.

jorge cesar disse...

Sabe o que temos de errrado ?
È sermos o que somos , sem amarras, sem preconceitos , sem falsidades, sermos Felizes até nos dias mais difíceis da vida.
Tudo na vida é experiência , jamais entramos em outro relacionamento igual ao primeiro .
Nunca mais entramos em outra relação, da mesma maneira , acreditando em tudo ,promessas, juras de amor, juras de fidelidade. Sabem por que ?
Por que simplesmente o primeiro amor ja destrui tudo isso .
já nos provou que só nos enganamos na primeira vez.
E se formos ver isto de uma maneira ela só pode ser positiva.
Assim aprendemos na vida.
Sempre digo ! Prefiro chorar,sofrer ,mas nunca deixar de viver.
Choro sim mas pelo que vivi um dia , não pelo que não vivi.
As pessoas se esqueçem , que temos sentimento , respeito , esperança carinho , e nos tratam iguais a todos.
Ninguém é igual a ninguém , todos por mais que pareçamos iguais somos diferentes.
Mas a vida é assim , sofrendo é que aprendemos , o quanto ela é maravilhosa.
Coisas fáceis na vida , não nos leva a darmos o devido valor que mereçe.

TALINE ,meus parábens , e obrigado pelo convite , beijos . jorge .

Fernanda disse...

"É preciso falar da saudade
É preciso falar da paixão
É preciso falar de ser livre
E querer segurar sua mão

É preciso brindar o destino
É preciso gritar começou
Se jogar nessa dança na vida
Sem medo do escuro

Impossível não falar de amor"
(Jota Quest)

Anônimo disse...

Olá tudo bem?
Me vi no seu texto,até pq estou passando por um periodo exatamente como vc escreveu,parabens e indiretamente vc tá ajudando uma pessoa!Feliz 2012 pra vc!