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domingo, 18 de julho de 2010

Supermercado realmente é isso!


A cena se repete, praticamente um ano depois. Lembro-me de ter publicado algo aqui no ano passado a respeito das filas de supermercado e da má impressão que tenho deste estabelecimento, principalmente pela falta de respeito dos clientes e excesso de paciência dos funcionários.
Pois bem, novamente pude confirmar minha teoria de que os supermercados são locais extremamente apropriados para surtos.
Quarta-feira cheia, com cara de segunda por excesso de trabalho e gosto de sexta pelo acúmulo de cansaço. Dia chuvoso, frio, um dia daqueles. Perfeito para ficar em casa, enfiado embaixo do cobertor, com uma caneca de chocolate quente do lado e o controle da televisão do outro.
Mas como ainda não ganhei na mega-sena nem fiquei famosa a ponto de poder trabalhar em casa, ou rica a ponto de deixar de trabalhar, não tive escolha. Reforcei o agasalho, peguei meu velho guarda-chuva e fui trabalhar às sete da manhã.
Sim, me molhei, mais uma vez. Sim, tinha um monte de gente me esperando quando cheguei. Sim, mais uma vez não consegui sair no meu horário. Sim, só para variar perdi o ônibus de costume e tomei mais chuva enquanto esperava a outra condução. Sim, precisei passar no supermercado antes de ir para casa, por fortes motivos, estava quase sem comida depois do longo feriado.
Felizmente tenho um supermercado próximo de casa. Infelizmente ele atende varejo e atacado. Felizmente ele tem ótimos preços. Infelizmente vive cheio por conta disso.
Hoje não foi diferente. Antes de entrar analisei todos os caixas e me dediquei a pegar apenas o necessário para hibernar por todo o resto da semana, tentando assim fugir das filas. Mas nem tudo é tão simples assim, especialmente em dias de chuva. A impressão que tenho é que as pessoas precisam de algum lugar para se esconder e se enfiam no supermercado, abarrotando os corredores e enchendo as filas do caixa.
Juro que não demorei mais do que 15 minutos para escolher tudo o que precisava, uns 6 itens no máximo. Corri para a fila do caixa rápido, onde tinha uma cartolina amarela com os dizeres: de 8 a 14 volumes no máximo e ali fiquei. Na minha frente uma mulher com um carrinho cheio, fiz questão de contar os volumes enquanto ela os tirava do carrinho e colocava no caixa: 43 no total.
Na mesma hora pensei, ou ela não sabe ler, ou não tem vergonha. Respirei fundo e disse:
- Senhora, este caixa é rápido. No máximo 14 volumes.
- E quem foi que disse?
Percebi que ela não era boa gente para um papo amigável, mas ainda assim me mantive firme:
- O cartaz disse e eu estou dizendo.
- E quem você pensa que é?
Nesse momento a operadora de caixa e os outros clientes na fila arregalaram os olhos na minha direção à espera de uma boa resposta. Confesso que me arrependi de tentar exercer meus direitos, mas lembrei-me de todo discurso dito aos usuários pela manhã e continuei:
- Sou apenas uma cliente, como a senhora e todos os demais que aqui estão e que querem ser respeitados, inclusive no meu direito de ter atendimento rápido, no caixa indicado para esse fim.
- Olha aqui menina, cuida da sua vida que da minha cuido eu.
Com vontade de derramar um litro de leite na cabeça da adorável senhora, respirei fundo, mantive a calma, olhei para a operadora de caixa e disse:
- Eu não vim aqui para discutir com ninguém, muito menos para te prejudicar, mas no mínimo tinha que ter um funcionário para orientar as pessoas que não leêm os cartazes a pegar outra fila e respeitar o caixa rápido, porque não é a primeira vez que isso acontece e tudo o que eu quero é cuidar da minha vida, mas para isso preciso pagar minhas compras e sair daqui.
A distinta senhora na minha frente não disse mais nada, pegou as compras e foi embora, já a funcionária do supermercado engoliu em seco e disse:
- Sabe o que é moça, se a gente fala que tem mais volumes eles brigam com a gente e mandam chamar o gerente e nesse caso sobraria é para mim.
Pois é, se não sobrou para ela, nem para a educada senhora que não respeitou as regras, muito menos para o supermercado, na certa tinha que sobrar para alguém, ou seja, para mim.
Os demais clientes murmuravam aqui e ali alguma coisa, mas nenhum deles atreveu-se a interferir na discussão, mesmo aqueles que concordavam comigo e sentiam-se tanto quanto eu injustiçados. Talvez por achar que não tinham direito de interferir na vida dos outros, ou por já ter feito isso antes e entender a digníssima senhora, ou quem sabe por simplesmente não saberem reivindicar seus direitos.
O que eu ganhei com isso? Aborrecimento antes de tudo, mas principalmente consegui reforçar meus valores, meus princípios e não há nada mais importante do que isso. Pude ser eu mesma, pude demonstrar com educação minha indignação e mostrar que existem outras formas de agir e de pensar. Se foi bom ou não para o supermercado ou para os outros clientes eu não sei, mas para mim foi ótimo.
Ah! Só para constar, você acredita que a distinta senhora estava comprando, além de um monte de comida e bobagens, 8 potes plásticos e 2 formas para bolo? Bem na minha frente, numa quarta-feira chuvosa e no caixa rápido. E isso é dia de comprar forma para bolo?! Só para tomar meu tempo mesmo... Elaiá!


Ilustração de: Gabriel Vicente.

3 comentários:

Marly Meyre disse...

kkkkkkkkkkkkkk
Ainda bem que vc sabe que não é a unica nesta PELEJA.
De fazer valer nossos direitos.
Se não valeu nada pro supermercadoooooo...não sei dizer.
Mas, com certeza, e pode ter certeza disto... esta SENHORA...vai se lembrar de vc toda vez q estiver com muitos itens no carrinho.

abraços e fica com Deus.

Isabel disse...

Pois é nesta mesma quarta feira, dia frio e chuvoso, no final da tarde, precisei ir ao supermercado bem proximo ao trabalho... precisava providenciar alimentos para um café da manhã, pois na manhã seguinte iria acontecer um treinamento para 25 pessoas lá no trabalho... não gastei nem 15 minutos, mas, porém na hora da emissão da nota fiscal a pessoa jurídica...deu problema no sistema... a cada reclamação...deu problema no sistema, pasme, esperei pela tal da nota por l hora e 30 minutos, reclamei também, em vão e ao final a moça do caixa me falou... meu chefe mandou pedir desculpas, com a maior calma do mundo respondi: diga a ele que não desculpo não...isso é falta de respeito... enfim santa quarta feira fria e chuvosa...e a falta de respeito em supermercados...

Unknown disse...

sabe que eu faria o mesmo que você, ne....
Tudo bem que o Magrelo já teria ido embora e me deixado lá reivindicando meus direitos, kkkkkkkkkkkk
Bjos flôr!!!