
Sei que assim como eu, você com certeza já deve ter passado por isso. Tem coisas que você faz e te irritam, tem coisas que você deixa de fazer e te irritam ainda mais. E nestas horas temos a mania errada de tentar achar culpados.
Sempre é mais fácil jogar a culpa no vizinho, no irmão caçula, no cunhado, no namorado ou no chefe quando algo não vai bem, afinal, errar já é complicado, traz um monte de problemas e, admitir o erro, bem, isso seria admitir que você fez uma grande besteira e ninguém gosta de se sentir uma besta, não é?
Pois bem, hoje meu intuito é alertar, especialmente a mim mesma, sobre as besteiras e erros que vivo cometendo e me irritam. Creio que muito disso já serviu, serve ou servirá para você também, cedo ou tarde, porque infelizmente todos erram, um dia ou outro, e alguns têm a proeza de errar em todos eles, assim, convém anotar algumas dicas.
Mais uma vez começo com um assunto que sempre está presente, nesta coluna e na minha vida, com certeza já sabem que se trata dos meus fracassos amorosos, e é isso mesmo, fazer o quê, esse negócio de amor não funciona mesmo comigo, mas esse não é o problema, o problema é a insistência. Meu Deus! Como sou insistente.
Geralmente não me convenço com um simples “não deu certo, foi melhor assim”, meus relacionamentos têm que acabar de forma trágica, deixando marcas profundas, prejuízos com caixas de lenços e sabem de quem é a culpa? É toda minha. Eu teimo, não me conformo, busco uma explicação, a reconquista, até que escuto ou vejo o que não quero e então, eu sossego. E é bem ai que me sinto uma besta: “como pude procurá-lo outra vez?”.
Mas não é só em relacionamentos que faço coisas que me irritam. Creio que todos vocês já precisaram fazer uma bateria de exames, sejam eles pré-operatórios, pré-nupciais ou de rotina. Aliás, quem sente tontura e náusea só de ouvir falar em sangue é melhor pular o próximo parágrafo. Pois bem, aviso dado, eis o fato.
Dia desses fui fazer um exame de sangue, escolhi um laboratório conceituado e lá estava, às sete da manhã, de jejum, de mau-humor e com uma agulha no braço. Terminada a tortura colocaram um curativinho na picada e me disseram para segurá-lo. Cumpro metodicamente a instrução e em menos de um minuto começa a jorrar sangue do meu braço, e jorrar aqui não é exagero, era muito sangue, manchei a roupa, a bolsa e o chão.
Quando a enfermeira viu me disse que era normal e que a culpa era minha, pois não tinha apertado direito o curativo. Pois é, realmente a culpa foi minha. Não por não ter apertado o curativo direito, pois o fiz, mas por confiar em um laboratório que apesar de conceituado, há alguns meses tinha me deixado com o braço roxo, inchaço e dolorido após uma simples coleta de sangue. A reclamação na ouvidoria me rendeu uma pomada antiinflamatória e a minha culpa, visto que mesmo já tendo passado por isso, voltei lá.
Consigo, ainda, me irritar profundamente quando procuro uma roupa no armário e a encontro no cesto de roupa suja, sem tê-la usado, ou simplesmente não a encontro. Fico louca da vida e sabe o que eu faço? Nada. Porque a culpa é toda minha. Eu que tenho a mania de deixar muitas coisas para lá acabo não dizendo que nem tudo pode ser emprestado sem consentimento, que nem tudo que é meu é de todos e ser altruísta demais acaba nisso. E sabe por que não falo nada? Porque senão vou ter que escutar: “nossa como você é egoísta, daqui não se leva nada”. E concordo, não se leva nada daqui, nem mesmo minhas roupas novas, porque essas eu nunca encontro.
Sinto-me uma idiota completa quando meu chefe diz que tenho que trabalhar algumas horas a mais por dia e aos finais de semana, e sabe o que respondo? Nada. Ao mesmo tempo me lembro dos compromissos que terão que ser adiados, das viagens que serão interrompidas, do stress que irei acumular, do trabalho que não conseguirei terminar e quando ele diz que vou receber hora extra dou um sorrisinho e digo: “tudo bem, quando eu começo?”.
E quando chega o final de semana e não posso viajar porque tenho que trabalhar, não posso sair porque estou cansada demais para isso , me sinto uma tola. Afinal, a culpa é minha. Podia ter dito que não, perder uma promoção no emprego e ganhar qualidade de vida, mas diriam que isso é errado, mesmo que desse mundo não se leva nada, perder uma chance dessas não seria bom, não é?
E é assim, acabamos nos irritando com nós mesmos diariamente e isso é muito pior do que quando os outros nos irritam. Com os outros você pode soltar um palavrão e sentir-se aliviado, mas quando o culpado é você um xingamento não basta. A sensação de ser uma besta toma conta de você, e o problema maior é que ela não dura por muito tempo, logo você esquece, deixa para lá, se acomoda com a nova rotina e acaba compensando seus erros com coisas que nunca valeram muito a pena.
Então eu pergunto, por que nos acomodamos? Por que deixamos de nos irritar? Por que deixamos a besta de lado e passamos a ser cordeirinhos que aceitam tudo o que é dito pelo senso comum? Por que ficar calado quando você tem razão? Por que trabalhar até seu limite se não terá nem disposição para gastar o reajuste salarial? Por que insistir num amor que te machuca tanto? Por que temos sempre que ver para crer e rever para acreditar piamente?
Sempre é mais fácil jogar a culpa no vizinho, no irmão caçula, no cunhado, no namorado ou no chefe quando algo não vai bem, afinal, errar já é complicado, traz um monte de problemas e, admitir o erro, bem, isso seria admitir que você fez uma grande besteira e ninguém gosta de se sentir uma besta, não é?
Pois bem, hoje meu intuito é alertar, especialmente a mim mesma, sobre as besteiras e erros que vivo cometendo e me irritam. Creio que muito disso já serviu, serve ou servirá para você também, cedo ou tarde, porque infelizmente todos erram, um dia ou outro, e alguns têm a proeza de errar em todos eles, assim, convém anotar algumas dicas.
Mais uma vez começo com um assunto que sempre está presente, nesta coluna e na minha vida, com certeza já sabem que se trata dos meus fracassos amorosos, e é isso mesmo, fazer o quê, esse negócio de amor não funciona mesmo comigo, mas esse não é o problema, o problema é a insistência. Meu Deus! Como sou insistente.
Geralmente não me convenço com um simples “não deu certo, foi melhor assim”, meus relacionamentos têm que acabar de forma trágica, deixando marcas profundas, prejuízos com caixas de lenços e sabem de quem é a culpa? É toda minha. Eu teimo, não me conformo, busco uma explicação, a reconquista, até que escuto ou vejo o que não quero e então, eu sossego. E é bem ai que me sinto uma besta: “como pude procurá-lo outra vez?”.
Mas não é só em relacionamentos que faço coisas que me irritam. Creio que todos vocês já precisaram fazer uma bateria de exames, sejam eles pré-operatórios, pré-nupciais ou de rotina. Aliás, quem sente tontura e náusea só de ouvir falar em sangue é melhor pular o próximo parágrafo. Pois bem, aviso dado, eis o fato.
Dia desses fui fazer um exame de sangue, escolhi um laboratório conceituado e lá estava, às sete da manhã, de jejum, de mau-humor e com uma agulha no braço. Terminada a tortura colocaram um curativinho na picada e me disseram para segurá-lo. Cumpro metodicamente a instrução e em menos de um minuto começa a jorrar sangue do meu braço, e jorrar aqui não é exagero, era muito sangue, manchei a roupa, a bolsa e o chão.
Quando a enfermeira viu me disse que era normal e que a culpa era minha, pois não tinha apertado direito o curativo. Pois é, realmente a culpa foi minha. Não por não ter apertado o curativo direito, pois o fiz, mas por confiar em um laboratório que apesar de conceituado, há alguns meses tinha me deixado com o braço roxo, inchaço e dolorido após uma simples coleta de sangue. A reclamação na ouvidoria me rendeu uma pomada antiinflamatória e a minha culpa, visto que mesmo já tendo passado por isso, voltei lá.
Consigo, ainda, me irritar profundamente quando procuro uma roupa no armário e a encontro no cesto de roupa suja, sem tê-la usado, ou simplesmente não a encontro. Fico louca da vida e sabe o que eu faço? Nada. Porque a culpa é toda minha. Eu que tenho a mania de deixar muitas coisas para lá acabo não dizendo que nem tudo pode ser emprestado sem consentimento, que nem tudo que é meu é de todos e ser altruísta demais acaba nisso. E sabe por que não falo nada? Porque senão vou ter que escutar: “nossa como você é egoísta, daqui não se leva nada”. E concordo, não se leva nada daqui, nem mesmo minhas roupas novas, porque essas eu nunca encontro.
Sinto-me uma idiota completa quando meu chefe diz que tenho que trabalhar algumas horas a mais por dia e aos finais de semana, e sabe o que respondo? Nada. Ao mesmo tempo me lembro dos compromissos que terão que ser adiados, das viagens que serão interrompidas, do stress que irei acumular, do trabalho que não conseguirei terminar e quando ele diz que vou receber hora extra dou um sorrisinho e digo: “tudo bem, quando eu começo?”.
E quando chega o final de semana e não posso viajar porque tenho que trabalhar, não posso sair porque estou cansada demais para isso , me sinto uma tola. Afinal, a culpa é minha. Podia ter dito que não, perder uma promoção no emprego e ganhar qualidade de vida, mas diriam que isso é errado, mesmo que desse mundo não se leva nada, perder uma chance dessas não seria bom, não é?
E é assim, acabamos nos irritando com nós mesmos diariamente e isso é muito pior do que quando os outros nos irritam. Com os outros você pode soltar um palavrão e sentir-se aliviado, mas quando o culpado é você um xingamento não basta. A sensação de ser uma besta toma conta de você, e o problema maior é que ela não dura por muito tempo, logo você esquece, deixa para lá, se acomoda com a nova rotina e acaba compensando seus erros com coisas que nunca valeram muito a pena.
Então eu pergunto, por que nos acomodamos? Por que deixamos de nos irritar? Por que deixamos a besta de lado e passamos a ser cordeirinhos que aceitam tudo o que é dito pelo senso comum? Por que ficar calado quando você tem razão? Por que trabalhar até seu limite se não terá nem disposição para gastar o reajuste salarial? Por que insistir num amor que te machuca tanto? Por que temos sempre que ver para crer e rever para acreditar piamente?
Para essas perguntas eu não tenho respostas. E isso me irrita. E sabe de quem é a culpa? É toda minha.