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domingo, 20 de julho de 2008

Quanto tempo dura um "para sempre"? E um "nunca mais"?


Estive pensando no tempo e no quanto ele é relativo. Conceitos como cedo ou tarde demais, “para sempre” ou “nunca mais”, só mais um minuto ou por toda a eternidade são constantes na fala, no pensamento e na vida, senão de todos, de muitos de nós.
Quantas vezes você não disse que amaria “para sempre” ou que não queria ver aquela pessoa “nunca mais”? Quantas vezes você chegou cedo demais na vida de alguém ou decidiu falar o que sentia tarde demais? E pior ainda, quantas vezes você não desejou sentir algo por toda a sua eternidade e no minuto seguinte viu tudo se desmoronar como um castelo de areia?
Creio eu, que muitas vezes. Mas pensando nestas situações agora, pode ser que muitas já ganharam outro sentido em sua vida e inclusive te fizeram gargalhar ao lembrar de alguns acontecimentos. Afinal, em momentos de crise, muitas vezes, nos tornamos ridículos. Quem nunca se descabelou, quase morreu de tanto chorar, fez greve de fome ou quis se jogar do 10° andar achando que a vida havia perdido o sentido “para sempre”?
E por que tudo isso? Porque o tempo, que dizem por aí, ser quem tudo cura, também é relativo.
O seu “para sempre” pode ser o minuto de alguém, da mesma forma que um até breve pode ser um definitivo “nunca mais”.
Isso tudo é realmente muito confuso e estranho, quero dizer, humano. Pensar demais em coisas desse tipo causa crises existenciais, mas quando você já está no ápice de uma, a reflexão é uma forma de encontrar respostas. Respostas não para os problemas da humanidade, mas para você mesmo, para suas angústias e aflições, para suas lamentações e para aquela dor que só você sente e por isso é a maior do mundo.
Quando sabemos o que está sendo prioridade na nossa vida passamos a entender com mais facilidade o quanto o tempo é relativo.
O fato de um “para sempre” ter sido breve é dolorido para quem queria que fosse eterno, mas para quem o tornou breve foi só mais um momento, e por quê? Porque não era prioridade na vida daquela pessoa este sentimento ou a vontade de eternizá-lo. E é aqui que nos enganamos constantemente. Acreditar que o que sentimos provoca no outro a mesma intensidade de emoções que em nós é bobagem.
É mais ou menos o que aquela frase quer dizer: numa relação, sempre um dos dois gosta mais que o outro. Pode parecer estranho, mas esse “gostar mais”, não é nada mais do que a relatividade do tempo.
O fato de você querer estar cada minuto com alguém e viver “para sempre” ao lado desta pessoa, não obriga que ela também queira ou precise ficar cada minuto ao seu lado para estar “para sempre” com você.
Quando alguém diz que não quer te ver “nunca mais”, pode acreditar que naquele instante a vontade é mesmo essa, mesmo que pareça o contrário. Contudo, esse “nunca mais” não vai durar uma eternidade, pois, uma hora a mágoa passa e você acaba sendo só mais um momento na vida deste alguém, e ai, tanto faz te ver em breve ou “nunca mais”.
Entrar sem querer na vida de alguém e ouvir desta pessoa que você é a pessoa certa na hora errada é uma das piores coisas para um coração sensível. Então, você pensa: que negócio é esse de ter hora certa pra se apaixonar, a gente não manda no coração. Com certeza, você tem toda razão, mas aí entra, novamente, o conceito de prioridade, se esta pessoa não tiver como objetivo principal apaixonar-se, pode acreditar que mesmo você sendo a mulher da vida dele, ele vai te deixar partir, pois, acredita que neste momento não é a melhor escolha, ou pior, que você pode estragar seus planos. Então, não insista e se um dia ele voltar, talvez seja sua vez de dizer: agora meu querido, é tarde demais.
Hoje, compreendo perfeitamente isso e creio que descobri um tesouro, ao entender que tudo, inclusive e principalmente o tempo, é relativo. Então, tente não otimizar de forma extremada seus bons momentos a ponto de que pareçam tão perfeitos que você “nunca mais” irá senti-los, mas também não deixe de vivê-los, por achar que nada dura “para sempre”.
Apenas viva. Seja por uma vida inteira ou por apenas um minuto. Viva de forma que possa ser feliz “para sempre” ou não desejar aquilo “nunca mais”. Viva cada instante, até que possa olhá-lo como uma lembrança que lhe faça chorar de tanto rir, ou apenas chorar. Arrependa-se, mas viva. Faça planos, mantenha seus sonhos, só não deixe que eles te tirem do chão. Este é o segredo da vida. Viver intensamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Taline... que leitura gostosa. Mesmo sendo um assunto um tanto quanto denso e complexo, vc conseguiu expressar suas impressões de forma simples e assustadoramente clara...kkk

O seu texto me fez lembrar do "enquanto dure", que além de relativizar o tempo, relativiza igualmente as relações humanas, deixando-as abertas ao devir, e colocando-as no tempo-espaço incompreensível à mente humana. Dessa forma, viver o dia de amanhã ainda é a forma pela qual me utilizo pra não tropeçar no tempo e conseguir desfrutá-lo da melhor forma possível... ou da pior... quem sabe? Mas sempre vivendo tudo intensamente... no espaço entre um "breve adeus" e um "estou voltando".

Bjos saudosos.

PS: quando publicar mais me avise que terei o prazer de ler e comentar...kkk

Unknown disse...

Puxa amiga, que legal está leitura - sabe que no dia-a-dia corrido não paramos pra pensar em uma saci - mulher né... Mas além dos dotes sociais vc também apresenta muito bem os dotes de nos levar ao mundo da fantasia de forma tão gostosa... Parabéns e abraços sociais
Telma Calsavara