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domingo, 13 de junho de 2010

Sou seu fã!



Em homenagem ao leitor Marcelo, filho da Dona Isméria e à Professora Nívea.

Bem que podia ter sido só mais um final de semana em casa, ou quem sabe um grande final de semana com muitas fotos e histórias para contar. Podia simplesmente ter sido um feriado em família ou ainda dias repletos de lembranças e quitutes saborosos. Este feriado me revelou tudo isso e um pouco mais.
Costumo compartilhar frequentemente com vocês minha rotina maluca, meus medos, minhas angústias, minhas alegrias e anseios. Para algumas pessoas isso é loucura, visto que me exponho de tal maneira que até mesmo quem nunca me viu poderia me definir em palavras, mas para mim este espaço mais do que uma atividade semanal é uma verdadeira terapia, então se me faz bem e não atrapalho ninguém, já que quem não gostar do texto pode recusar-se a lê-lo, por que não ser assim?
E é por este motivo que mesmo nos dias mais difíceis me obrigo a sentar na frente do computador e olhar para a folha em branco até que ela se pinte com letrinhas que podem não significar muito para alguns, mas que para mim são partes da minha história, contada em fascículos, passo a passo como uma novela mexicana.
Confesso que nos últimos dias pensei seriamente em abrir mão deste espaço e me tornar uma colaboradora esporádica deste jornal, não por alguém ou alguma coisa, mas pela minha falta de tempo. Ausência esta que me impede de dedicar tantos minutos quanto gostaria nesta atividade que tanto me faz bem. Por várias vezes pensei em desistir, então me sentava na frente do computador e dizia: “se em cinco minutos não tiver nenhuma inspiração esta semana irei faltar com o jornal”, mas como mágica, felizmente, sempre tive momentos maravilhosos ou angústias suficientes para relatar neste espaço e nesta semana não foi diferente.
Estava na rodoviária da cidade natal, depois de três dias deliciosos com minha família e amigos, na fila de um guichê em busca de uma passagem de volta à rotina. Era uma tarde de sábado comum, fria e seca, com um solzinho tímido, não tinha muita gente circulando pelo local, apenas uma senhora no guichê e outros passageiros sentados. Aproximei-me da fila e enquanto aguardava minha vez, um rapaz, com aproximadamente quarenta anos, de boné, óculos escuros e casaco de moletom se aproximou de mim e disse:
- Desculpe, mas você é a Taline?
- Sim – respondi enquanto o observava tirar o boné, os óculos e me estender sua mão:
- Muito prazer, sou seu fã!
No mesmo instante senti minhas bochechas corarem e por um segundo não soube o que dizer. Enquanto tentava me recompor ele prosseguiu:
- Gosto muito dos seus textos, leio todos. Admiro o jeito como escreve, deixando transparecer suas emoções, isso torna sua escrita diferente. Desculpe meus trajes, mas se eu soubesse que iria te encontrar teria me arrumado melhor.
Eu sorri, não achando nada de errado na bermuda com o moletom. Agradeci, sem saber muito o quê dizer no instante em que ele virou-se para a senhora que estava à minha frente no guichê e disse:
- Mãe, esta é a Taline. Não falo para a senhora que a gente nunca pode sair de casa de qualquer jeito, olha o jeito que eu estou bem no dia em que a conheci.
Cumprimentei a simpática senhora que confirmou o interesse de seu filho pelos meus textos e após a compra da passagem voltei para casa. Voltei não como ali havia chegado, voltei renovada, com novos ares. Voltei principalmente com o acréscimo de uma pequena esperança que ainda existe aqui, com a vontade de um dia tornar esta atividade que me faz tão bem minha rotina e ter mais tempo para momentos tão agradáveis.
Neste mesmo final de semana tive a felicidade de rever uma querida professora da terceira série que disse guardar um caderno com minhas produções de texto até hoje, onde adiciona agora os recortes de jornal. Que coisa, pensei, não tinha a dimensão de que era capaz de interferir de alguma forma na vida das pessoas, mesmo estando tão longe.
Seja pelos segundos que cada um reserva lendo meus textos, seja pelos minutos que passam colecionando meus recortes ou pelas horas que dedicam a pensar nas palavras que desenho semanalmente.
Longe disso tudo, fico sem saber se para mais alguém, além de mim, estas palavras fazem sentido e significam alguma coisa, e é disso que tenho precisado nos últimos dias, destas críticas, destes elogios e das sugestões para que possa fazer parte da vida de cada um destes leitores que já me conhecem tão bem.
Não tenho palavras para agradecer tanta afeição, registro aqui minha vontade desta troca recíproca, de novas opiniões, seja pelo blog, e-mail, cartinhas manuscritas ou datilografadas em antigas máquinas de escrever e encaminhadas ao jornal... O importante é a presença, mesmo que seja há trezentos quilômetros de distância.
Desejo um maravilhoso final de semana a todos que chegaram ao final deste texto e me deram um pouquinho do seu tempo. Tempo que tem valido mais que ouro nos dias de hoje e que quando bem aproveitado pode causar sensações tão maravilhosas, tão incomparáveis que não há dinheiro nenhum neste mundo que as pague...
Ilustração de: Gabriel Vicente.

5 comentários:

FM disse...

Minha querida, é claro que suas palavras fazem sentido e significam muita coisa! Não só para mim, um fã antigo e um pouco faltoso na leitura dos seus textos saborosos, mas também para outros internautas e ainda mais para muita gente que nunca chegou perto de um computador e, com certeza, adora acompanhar seu trabalho na imprensa escrita. Por favor, não pare nunca! Insista, mesmo que para a inspiração chegar você tenha que bater com a cabeça na parede (mas bata devagar, tá). Bem, se você fizer isso já vai dar um texto, né? E o que seria de nós sem as novelas mexicanas da vida real? Que por sinal são muito melhores que todas as outras.
Resumindo:
Você é ótima!
Nós adoramos seus textos!
Nós ficaremos órfãos se você parar!
E eu não terei mais motivo para comprar o Democrata quanto estiver em São José!
Beijos do seu sempre fã.
Fabiano Merli.

Marly Meyre disse...

Oie!!!
Tambem sou sua FÃ.
Espero com ansiedade o texto da semana. Muitas vezes retrata minhas angustias tambem.
Então sei que tenho uma "irmã"; me sinto VIVA.
Alguem a + ou - 500 km tem sentimentos parecidos com os meus.

GOSTIMAISDOCÊ.
bjus com AMOR.

Anônimo disse...

ah...se eu fosse a Profa. Nívea...guardaria todos os seus textos, faria album, faria propaganda para a famíla, amigos e novos alunos... que exemplo bom... que orgulho fazer parte da construção de um ser humano como você...

Anônimo disse...

amiga, certamente o xande e o dan irão concordar comigo: vc não seria louca de deixar de escrever antes de privilegiar os seus amados fãs, não é? hunff... rs

amo!!! bjus!!!

Diario de um Pirata disse...

Bom, Apesar de um tempo ausente aqui me preocupando com alguns fatores profissionais, volto depois de um tempo, quase sem razão.Não significa que eu tbm não faça parte dessa Massa, não se esqueça hein, eis aqui mais um desses que se Emocionam com esses Textos Lindos MAravilhosos!!

Beijão...de + 1 Fã!